28.5.09

Sobre «restaurador»

Conservação e restauro

Já tínhamos restauração na acepção, que eu detesto particularmente, de sector de actividade relacionado com a exploração de restaurantes e outros estabelecimentos afins, do francês restauration. Agora, Miguel Esteves Cardoso foi mais longe: foi buscar ao francês restaurateur a acepção de pessoa que tem um restaurante («personne qui tient un restaurant; traiteur chez lequel on trouve des aliments servis par portions et dont l’espèce et le prix sont indiqués sur une sorte de pancarte», in TLFI) e traduziu-a: eis aí restaurador: «Daí que diga já: são estúpidas (e perdulárias) as pessoas que comem robalos, sargos e douradas antes de Setembro. E são maus os restauradores que os recomendam» («As novidades do peixe», Miguel Esteves Cardoso, Público, 27.05.2009, p. 39). A juntarem-se a D. João IV e ao Restaurador Olex, temos agora milhares de restauradores pelo País fora. Só por uma dessas coincidências raras é que algum será formado pela Escola Superior de Artes Decorativas (ESAD) da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva.

1 comentário:

Anónimo disse...

O que diria Guégués sobre Shakespeare, que deu 1500 palavras novas à língua inglesa? Neste caso nem é uma palavra nova, é uma apropriação natural de significante para um significado. Senão, que propõe - restauranteiro, hoteleiro?