29.3.06

Topónimos: Antuérpia

Venham de lá os xeques do Dubai!

      Num mapa-múndi — «infografia Impala», atenção! — publicado na revista Focus (n.º 335, 15 a 21 de Março de 2006, pp. 108-109), a ilustrar o artigo «Caça aos portos do Ocidente», pode ler-se «Shangai» e «Amberes». O primeiro, «Sanghai», todos perceberão de que cidade se trata, embora em português se deva escrever Xangai. Sim, porque se nos querem impingir esta mexurufada meio inglesa meio portuguesa prefiro revistas em inglês, de longe melhores. Quanto a «Amberes», o melhor é esquecer qualquer tentativa de desculpar a jornalista, Carla Jesus. Amberes em espanhol; Antwerp em inglês; Antwerpen em holandês, finlandês, alemão, norueguês e sueco; Anvers em francês; Anversa em italiano — mas Antuérpia em português!
      Diz o texto do Acordo Ortográfico de 1990, ainda não ratificado: «Recomenda-se que os topónimos/topônimos de línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possível, por formas vernáculas, quando estas sejam antigas e ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente. Exemplo: Anvers, substituído por Antuérpia; Cherbourg, por Cherburgo; Garonne, por Garona; Genève, por Genebra; Justland, por Jutlândia; Milano, por Milão; München, por Munique; Torino, por Turim; Zürich, por Zurique, etc.» (Base I, 6.º)