2.6.09

Eminência parda

Almas penadas

      Acabei de ouvir um tempo de antena do Partido Nacional Renovador (PNR). Depois de dizerem que a União Europeia prejudica Portugal e de falarem dos políticos «federastas» de Bruxelas, veio Humberto Nuno de Oliveira acusar as «almas pardas do regime» de terem vindo dizer que os Portugueses não se podiam pronunciar sobre o Tratado de Lisboa porque era demasiado complexo. «Almas pardas»? Não é a primeira vez que ouço este disparate. Na realidade, quem o diz pretende dizer eminência parda, que é alguém, um conselheiro, por exemplo, que está próximo de uma alta personalidade e que ocultamente toma todas as decisões. É a tradução do francês éminence grise, que era o nome que se dava ao padre Joseph de Tremblay (1577–1638), conselheiro do cardeal de Richelieu (1585–1642). Parda porque manobrava na sombra e porque vestia o hábito, negro, de capuchinho, a cuja ordem pertencia.

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