8.1.11

Léxico: «legiferante»

«Eles», os legíferos


      A propósito de «material circulante». Lia-se na edição de ontem do Jornal de Notícias: «Só há três maneiras de resolver o problema dos cortes salariais: ou na rua, com a revolução, ou nos tribunais, ou nos órgãos de soberania legiferantes» («Salários e juízes», Nuno Rogeiro, Jornal de Notícias, 7.01.2011, p. 11).
      Não queria que os meus leitores perdessem esta oportunidade. Habitualmente, é a locução «órgãos legislativos» que se usa. Está, contudo, certíssimo (mas nem todos os dicionários o acolhem). Legiferante, legiferação, legiferar...

[Post 4295]

3 comentários:

Anónimo disse...

Em contrapartida decliciemo-nos com mais este contributo de Pacheco Pereira para o enriquecimento da língua: referindo-se à bomba que explodiu no Egipto matando cristãos coptas: «É uma forma de "limpeza religiosa", muitas vezes dobrada de "limpeza étnica"» (revista «Sábado», 06.I.2011, p.13).
Directamente do franciú «doublée». Convenhamos em que a dobrada portuguesa é mais puxada à sustância do que a «nouvelle cuisine française».
- Montexto

Anónimo disse...

«Deliciemo-nos».
- Mont.

Anónimo disse...

Alvíssaras!
Lembrais-vos de um «OVNI» chamado desesma que aterrou neste blogue em 05.11.2010?
Pois bem, desapareceu da recente edição da mesma obra, «Solo Virgem», de Turgueniev (cuido que agora preferem Turguénev), trad. de Manuel de Seabra, Relógio d'Água, Clássicos, Novembro de 2010, XVIII,p. 105: «Acreditava realmente na sua causa? Acreditava no seu amor? "Oh, maldito esteta! Céptico!", murmuravam inaudivelmente os seus lábios. Então porquê este cansaço, este desalento até para falar, excepto para gritar de raiva.»
Coincidência?
Não importa: o que importa é RE-SIS-TIR.

(Ah, do mesmo autor e editora, mas em trad. de Nina e Filipe Guerra, saíram também as «Águas da Primavera» (não ficaria melhor «Águas Primaveris», como na versão francesa?), com que ainda me não tinha molhado, mas a que logo me expus sofregamente.)
- Montexto