8.5.11

Como se escreve nos jornais

O orbícola

  
      «A filha de D. João VI, nascida em 1638, casou com Carlos II de Inglaterra em 1662. O matrimónio consolidou a aliança anglo-portuguesa, especialmente importante nas décadas subsequentes à Restauração. […] A estátua foi encomendada à escultora Audrey Flack, que concebeu uma enorme Catarina em bronze, com jóias, uma orbe nas mãos e uma tiara na cabeça» («Catarina e a estátua», Pedro Mexia, «Atual»/Expresso, 30.04.2011, p. 3).
      Todos erramos, eu sei — mas nem todos temos um revisor a corrigir-nos. D. Catarina de Bragança era filha de D. João IV, o Restaurador (1604—1656). D. João VI, o Clemente, nasceu mais de século e meio depois (1767—1826). São ambos reis muito marcantes para serem confundidos, de qualquer modo. Consultei doze dicionários da língua portuguesa, e em todos «orbe» é registado como pertencendo ao género masculino.


[Post 4759]

2 comentários:

  1. Venâncio8.5.11

    Caro Helder,

    Algo range na frase São ambos reis muito marcantes para serem confundidos. Julgo que haveria duas redacções aceitáveis:

    «São ambos reis demasiado marcantes para serem confundidos.»

    «São ambos reis suficientemente marcantes para não serem confundidos.»

    Concordo, de resto, inteiramente com a asserção.

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  2. «Confusão» é eufemismo para uma ignorância tal que nem para consultar uma pseudo-enciclopédia dá.

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