Se eu soubesse
Chamem-me superficial, se quiserem (mas que eu não ouça...), mas a verdade é que dificilmente compraria um livro que tivesse um erro logo no título. Por exemplo, o livro, da autoria da jornalista Judite de Sousa, Olá Mariana. Creio que é elementar o conhecimento de que a vírgula põe em relevo o vocativo, isolando-o: Olá, Mariana. Mariana, estuda! Mas, Mariana, nunca mais aprendes? Elementar, claro, mas é um dos erros mais frequentes em qualquer texto. Exemplifico com um título da revista Visão: «Adeus Jô, olá novelas» (n.º 682, 30.3.2006, p. 96). Deveria ter-se escrito: «Adeus, Jô, olá, novelas.»
Já que falo nisto, convém referir outro erro de pontuação muito comum, que é a falta de vírgula nos cognomes ou apodos: D. Manuel, o Venturoso; José Manuel, o Facadas; Sócrates, o Obliquário; Saddam, o Suíno (vulgo Satã Hussein). Por vezes ainda se vê, em vez de vírgula, hífen: Pedro-o-Cru, Catarina-a-Grande, mas acho completamente abstruso.
5 comentários:
Superficial, não direi, talvez um pouco fundamentalista... Apesar de tudo, por uma boa causa...
hmmm... será que o meu comentário, postado quando?... ontem?...antes de ontem?... (o tempo...)foi... reprovado?
Garanto-lhe, Gisela, que não me chegou o seu comentário. Por outro lado, já pouca censura exerço sobre os comentários. Só ficam de fora os insultos. Mas lá chegarei…
Será sempre para mim uma honra ter aqui um comentário seu.
Dizia - não "assim mesmo" - mas qualquer coisa como:
- que seria de um Mia Couto, de um Lobo Antunes, de um Beckett... se não tivessem transformado a escrita em literatura?
O "Olá Mariana" da autora desenha uma paisagem sonora (e visual) muito diferente de um "Olá, Mariana"... ou de "Olá, Mariana!".
Será que os comentários não estão ao nível dos postes (deixe-me tratá-los assim: os postes, claro)?
Gostei da perspectiva da Gisela...
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