21.5.06

Lógica


O Dilema do Prisioneiro


      Já ouviram falar no Dilema do Prisioneiro? Está explicado com clareza meridiana na obra O Universo, a Nossa Casa, de Stuart Kauffman, com tradução de Carlos Sousa de Almeida, publicado pela Editorial Bizâncio em 2005.
     
      «A ideia mais simples de um jogo é exemplificada pelo conhecido “Dilema do Prisioneiro”. O leitor e eu fomos detidos pela polícia. Fomos presos em celas separadas. A polícia diz-me que se eu o denunciar a si e você não me denunciar a mim, serei libertado. A si, dizem-lhe a mesma coisa. Se me denunciar e eu não tiver confessado nada, libertam-no. Seja como for, o vigarista leal, um dos que tiver ficado calado, apanha 20 anos de prisão. Se ambos nos denunciarmos um ao outro, temos ambos sentenças duras, mas não tão duras se um falar e o outro não confessar. Digamos que ambos apanhamos 12 anos. Se ambos nos calarmos e não confessarmos, apanhamos os dois sentenças mais leves: 4 anos. Está a ver o dilema. Chamemos «cooperação» ao facto de não se falar, e ao de se delatar à polícia, “traição”. Um comportamento natural é ambos denunciarmo-nos um ao outro. Acho que é melhor denunciá-lo, visto que se você não o fizer, sou libertado. E mesmo que me denuncie, cumprirei uma pena inferior do que se não confessar e você me delatar. Você pensa a mesma coisa. Ambos nos traímos um ao outro e apanhamos 12 anos de prisão.»