9.6.06

Género e sexo

O que se diz

Amélia Pais escreveu-me: «Amigo: oiço sistematicamente falar de igualdade de géneros (homem-mulher) quando se discute a lei de paridade. Ora, parece-me que o que está em causa é a igualdade de sexos ou a não discriminação de sexos... Ainda agora ouvi Manuel Alegre falar de igualdade de géneros... Que me diz?» Pois digo que devíamos deixar os géneros para a gramática e para a mercearia. Sempre se disse e escreveu «igualdade entre homem e mulher», para quê complicar agora? Ainda ontem li no jornal Público: «“Como é que um Presidente há seis meses não tinha nada a dizer [sobre questões de género] e agora tem uma doutrina inteira?”» («BE acusa Cavaco de insultar as mulheres», 8.06.2006, p. 9). Repare que o acrescento parentético é da autoria do jornalista. Que também há-de ser um ser humano, bem entendido, e como tal permeável aos modos de dizer da sociedade em que se insere — mas devia policiar mais a escrita. O sermo vulgaris para a plebe e os chavões políticos para os políticos.

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