O maldito tracinho…
O fenómeno tem poucos anos: especialmente nos jornais, a mania-de-usar-hífenes-a-torto-e-a-direito-é-simplesmente-confrangedora. Creio que foi o Dicionário da Academia, que nem sequer tem um papel normalizador na língua, que veio autorizar esta prática. Em contrapartida, cada vez se vê mais não usar o hífen nos vocábulos há muito registados nos dicionários com hífen. No Diário de Notícias, por exemplo, que é exemplar em relação a alguns, muitos, aspectos da língua, parece haver um conluio entre jornalistas e revisores para que a palavra «mais-valia» jamais apareça grafada com hífen. Ultimamente, são as palavras «caixa-forte» e «cofre-forte» que aparecem em toda a imprensa sem hífen. «Entre compras feitas nos hipers e outras grandes superfícies e os depósitos nas instituições financeiras, esses valores acabam por ir parar aos carros blindados das grandes empresas de transporte de valores e, posteriormente, para as suas caixas fortes» («Dentro da caixa forte», Paulo Santos, Visão, n.º 692, 8 a 14.06.2006, p. 136).
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