Disse «arroteados»?
«Os magistrados portugueses ainda estão pouco rotinados com a Internet, numa altura em que se começa a discutir a desmaterialização dos processos e o seu suporte exclusivamente digital» («Um sexto dos magistrados nunca enviou e-mails», Público, 13.07.2006, p. 11).
É bem verdade que os jornais também são laboratórios de experimentação linguística, mas tem de se ter sensatez e perceber se é mesmo necessário criar uma palavra. Não vou dizer que nunca antes tinha ouvido — mas nunca lido — a palavra «rotinado». O Dicionário Houaiss, por exemplo, regista o verbo «rotinizar», o que daria «rotinizado», tão desnecessário como «rotinado». Em relação à oralidade, mais espontânea, livre, improvisada, temos de ser mais tolerantes, tanto mais que quase nada do que se diz passa à escrita. O pior mesmo é quando passa: «No lançamento oficial do DVD, realizado recentemente em Lisboa, a actriz protagonista e que se tornou célebre com este filme [O Crime do Padre Amaro], Soraia Chaves, disse aos jornalistas que esta edição em DVD “é um colmatar de um ano de trabalho dedicado a este projecto”, desde o início das filmagens, passando pelo lançamento do filme e pela sua exibição em formato de série na televisão» («Soraia Chaves apresentou o DVD de “O Crime do Padre Amaro”, o maior êxito do cinema português», Nuno Cunha, Dica da Semana, 20.07.2006, p. 29). Quanta fidelidade do jornalista…
«Os magistrados portugueses ainda estão pouco rotinados com a Internet, numa altura em que se começa a discutir a desmaterialização dos processos e o seu suporte exclusivamente digital» («Um sexto dos magistrados nunca enviou e-mails», Público, 13.07.2006, p. 11).
É bem verdade que os jornais também são laboratórios de experimentação linguística, mas tem de se ter sensatez e perceber se é mesmo necessário criar uma palavra. Não vou dizer que nunca antes tinha ouvido — mas nunca lido — a palavra «rotinado». O Dicionário Houaiss, por exemplo, regista o verbo «rotinizar», o que daria «rotinizado», tão desnecessário como «rotinado». Em relação à oralidade, mais espontânea, livre, improvisada, temos de ser mais tolerantes, tanto mais que quase nada do que se diz passa à escrita. O pior mesmo é quando passa: «No lançamento oficial do DVD, realizado recentemente em Lisboa, a actriz protagonista e que se tornou célebre com este filme [O Crime do Padre Amaro], Soraia Chaves, disse aos jornalistas que esta edição em DVD “é um colmatar de um ano de trabalho dedicado a este projecto”, desde o início das filmagens, passando pelo lançamento do filme e pela sua exibição em formato de série na televisão» («Soraia Chaves apresentou o DVD de “O Crime do Padre Amaro”, o maior êxito do cinema português», Nuno Cunha, Dica da Semana, 20.07.2006, p. 29). Quanta fidelidade do jornalista…
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