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Em Goa, de chapéu
Até meados da década de 1990, via no Metro, com alguma frequência, um senhor baixo, com cerca de 80 anos. Era impossível deixar de reparar nele. Em plena Lisboa de fim de século, apresentava-se imaculadamente vestido com roupas dos trópicos. Não apenas calças e casaco caqui, o que apesar de tudo não é ainda hoje invulgar, mas também e exoticamente com o típico chapéu colonial introduzido pelos Ingleses nas suas colónias africanas e asiáticas. (E em Portugal fabricado pela Real e Imperial Chapelaria a Vapor de Costa Braga & Filhos, com instalações na Rua da Firmeza, no Porto.) Tão tipicamente ocidental, como se sabe, que na Índia os Ingleses eram conhecidos por topikar, numa alusão ao facto de usarem chapéu. O que, aliás, tem paralelo com os Portugueses, que eram designados em Goa por paklé (singular: pakló), o que se devia ao facto de usarem, quando houve o encontro de povos, chapéus ornados com penas (pak, em concani). Ainda hoje, época que prescindiu de qualquer ornamento ou protecção na cabeça, os goeses que se reúnem na Praça da Figueira tratam ― sem saberem porquê, muitas vezes ― os brancos por paklé.
Em Goa, de chapéu
Até meados da década de 1990, via no Metro, com alguma frequência, um senhor baixo, com cerca de 80 anos. Era impossível deixar de reparar nele. Em plena Lisboa de fim de século, apresentava-se imaculadamente vestido com roupas dos trópicos. Não apenas calças e casaco caqui, o que apesar de tudo não é ainda hoje invulgar, mas também e exoticamente com o típico chapéu colonial introduzido pelos Ingleses nas suas colónias africanas e asiáticas. (E em Portugal fabricado pela Real e Imperial Chapelaria a Vapor de Costa Braga & Filhos, com instalações na Rua da Firmeza, no Porto.) Tão tipicamente ocidental, como se sabe, que na Índia os Ingleses eram conhecidos por topikar, numa alusão ao facto de usarem chapéu. O que, aliás, tem paralelo com os Portugueses, que eram designados em Goa por paklé (singular: pakló), o que se devia ao facto de usarem, quando houve o encontro de povos, chapéus ornados com penas (pak, em concani). Ainda hoje, época que prescindiu de qualquer ornamento ou protecção na cabeça, os goeses que se reúnem na Praça da Figueira tratam ― sem saberem porquê, muitas vezes ― os brancos por paklé.
2 comentários:
Pobres, mas...
http://images.google.com/images?q=%22chapeau+colonial%22&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official_s&start=20&sa=N&filter=0&ndsp=20
ou
http://images.google.com/images?q=%22casque+colonial%22&ndsp=20&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&client=firefox-a&rls=org.mozilla:pt-BR:official_s&start=0&sa=N
Já agora, também eram conhecidos por «firangi», termo bem mais desprezível.
CSA
Obrigado. Para o efeito, servem.
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