É uma maneira de dizer
«[Correia de Campos] Exaltado, com razão — ali não era o local adequado para aquela questão — deixou vir ao de cima a formação jurídica que possui, ao referir, em latim, que não havia mal pelo facto de em 1989 ter participado num trabalho financiado por aquela multinacional farmacêutica e de ter requisitado um empregado daquela empresa para seu assessor, em tempo que não ficou bem definido» («O ministro da Saúde na Ordem dos Economistas», António Lares dos Santos, Público, 30.07.2007, p. 47). Não há escapatória: ou a frase está mal escrita ou o ministro é muito mais culto do que eu, preconceituosamente porventura, julgava. Só para não desmentir o meu cepticismo, opto pela primeira hipótese. Havia de ser bonito ver o ministro a dizer aquilo tudo em latim… O que o autor do texto queria escrever é que Correia de Campos usou uma frase ou brocardo latinos para repelir a insinuação. Qual, não sei; há milhares. Eu próprio tenho a cabeça cheia de brocardos, para o que der e vier. Talvez o ministro tenha exclamado Malitiis non est indulgendum, tendo depois pespegado um murro atroador na mesa, entornando a água, normalmente do Luso, imprudentemente despejada até ao limite nos copos dos oradores. Ou, sei lá, fiado na ignorância clássica (sem trocadilho…) dos circunstantes e com uma memória pouco colaborante, ter dito Mater sempre certa est.
«[Correia de Campos] Exaltado, com razão — ali não era o local adequado para aquela questão — deixou vir ao de cima a formação jurídica que possui, ao referir, em latim, que não havia mal pelo facto de em 1989 ter participado num trabalho financiado por aquela multinacional farmacêutica e de ter requisitado um empregado daquela empresa para seu assessor, em tempo que não ficou bem definido» («O ministro da Saúde na Ordem dos Economistas», António Lares dos Santos, Público, 30.07.2007, p. 47). Não há escapatória: ou a frase está mal escrita ou o ministro é muito mais culto do que eu, preconceituosamente porventura, julgava. Só para não desmentir o meu cepticismo, opto pela primeira hipótese. Havia de ser bonito ver o ministro a dizer aquilo tudo em latim… O que o autor do texto queria escrever é que Correia de Campos usou uma frase ou brocardo latinos para repelir a insinuação. Qual, não sei; há milhares. Eu próprio tenho a cabeça cheia de brocardos, para o que der e vier. Talvez o ministro tenha exclamado Malitiis non est indulgendum, tendo depois pespegado um murro atroador na mesa, entornando a água, normalmente do Luso, imprudentemente despejada até ao limite nos copos dos oradores. Ou, sei lá, fiado na ignorância clássica (sem trocadilho…) dos circunstantes e com uma memória pouco colaborante, ter dito Mater sempre certa est.
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