19.9.07

Ensino do Português

Agora só falta trabalhar


Foram divulgadas na segunda-feira as recomendações da Conferência Internacional sobre o Ensino do Português, realizada em Maio deste ano. Respigo do Jornal de Notícias de ontem: «“Importa sensibilizar e responsabilizar todos os professores, independentemente da sua área disciplinar, no sentido de cultivarem uma relação com a língua norteada pelo rigor e pela exigência da correcção linguística”, aconselhou o comissário da reunião, Carlos Reis. No que respeita aos erros ortográficos, o professor e também reitor da Universidade Aberta alertou para o efeito prejudicial do excesso de tolerância perante tais falhas. «É fundamental que o ensino da língua considere o erro como efectiva transgressão de um sistema linguístico que tem regras. Assim, o professor de Português (e, com ele, os professores de todas as outras disciplinas) deve encarar o erro, alertando para a sua ocorrência e desincentivando a sua prática”, sublinhou. Neste contexto, deve instituir-se esta cultura de rigor e exigência na própria formação dos docentes, acrescentou, ainda» («Reforçar a gramática», Ana Oliveira Rodrigues, 18.09.2007, p. 9). Como seria de esperar, a Associação de Professores de Português (APP) não concorda que haja tal atitude permissiva. «“Nem pensar, não há qualquer permissividade. Nos exames os erros são penalizados e os alunos sabem disso”, contrapõe», segundo o Diário de Notícias de ontem, a vice-presidente desta associação, Edviges Ferreira. As recomendações finais foram ainda a de reintroduzir o ensino da gramática na aprendizagem da língua e integrar textos literários nas aulas.

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