22.10.07

Léxico contrastivo: «pipa»

Pipas no céu

«Voar com os pés no chão. Como? Soltando pipa. Ontem, no fim da tarde, no aterro da Praia de Iracema, centenas enfeitavam o céu. Foram mil distribuídas pela organização não governamental Mediando Saberes, que encerrava uma série de oficinas realizadas com 30 educadores numa parceria com a Fundação de Cultura, Esporte e Turismo (Funcet). Antônio Rodrigues, 12, dispensou a ajuda dos monitores para montar a pipa. Envergou uma das varas, emendou a linha, colocou a rabiola e num instante a pipa estava lá no alto, longe mesmo» («Pipas enfeitam céu da Praia de Iracema», Mariana Toniatti, O Povo, 22.10.2007, p. 3). Sim, mais um brasileirismo. Regista o Aulete Digital: «Armação composta por duas varetas cruzadas e recobertas por um papel fino, formando ger. um losango que contém em uma das pontas uma linha que facilita sua estabilidade quando posta em movimento para planar.» É o nosso papagaio de papel. A notícia acrescenta outros pormenores, como a origem histórica: «A pipa foi inventada na China há mais de 2000 anos, de lá seguiu para o Oriente, Oceania, África, Europa e depois América. No Quilombo dos Palmares, os negros, que já conheciam o artefato feito de palha e folhas, como na Oceania, o usavam para sinalizar de longe a chegada de inimigos. Hoje, nos morros cariocas, meninos que trabalham para o tráfico fazem a mesma coisa.» E cuidados elementares: «CUIDADO! Nunca use cerol, o pó de vidro com cola. Pode machucar gravemente quem estiver por perto. Além disso, a linha com cerol pode conduzir eletricidade. A de algodão não. Evite empinar pipas perto de fios elétricos. Se a pipa se enroscar num fio desses, não tente tirá-la. Por ali passam correntes elétricas.»

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