16.11.07

Léxico contrastivo: «manzuá»

Caçoeiras e manzuás

«No palco improvisado sobre a jangada, com vista para o mar da Caponga (Cascavel 60 quilômetros de Fortaleza, litoral leste), o ministro da Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin anunciou para uma platéia atenta de pescadores: o Ceará é o estado que mais contribuiu com a política de combate à pesca predatória da lagosta, em prática desde julho passado. A política da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) é desenvolvida em duas frentes: a compra de caçoeiras (redes de pesca) e compressores (material usado no mergulho) e a capacitação de pescadores para a manufatura de manzuás (armadilha reconhecida legalmente)» («Governo compra 1.300 km de caçoeira», Ana Mary C. Cavalcante, O Povo, 8.11.2007, p. 27). Não, não: caçoeiras temos nós. Vem, como parece óbvio, de «cação». Não temos é manzuás (que tem a variante munzuá e étimo quimbundo), que é um artefacto semifixo de pesca, uma espécie de covo, que não exige a permanência do pescador, usando-se para a pesca de várias espécies de siris e para caranguejos e lagostas. É confeccionado com palhetas de cana-brava e tem uma entrada. No seu interior são colocadas duas trouxas de isco, feitas de folhas de cacaueiro e atadas com fibras de bananeira ou de imbiruçu. E é só esperar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olha legal o léxico, mas busco uma foto, desenho projeto do manzuá e não achei. Poderia colocar foto projeto de manzuá?

Helder Guégués disse...

É fácil de encontrar, garanto.