Homenagem ao salazar
Em que dicionário de língua portuguesa é que se encontra o termo «salazar» para designar o raspador ou espátula usada na cozinha, e sobretudo na confecção de bolos, como o da imagem? Em nenhum, que eu saiba. Por ser um termo familiar? Decerto que não, pois os dicionários acolhem muitos termos familiares. Por estar politicamente conotado? Claro que não, pois todos os dicionários abrigam termos com conotações de diversa natureza e devem ser neutros quanto a conotações morais, políticas ou outras. Então, porquê? Como a tendência é os dicionaristas copiarem-se uns aos outros — e copiam-se mal, como se poderá comprovar consultando dicionários de épocas diferentes —, a explicação para todos recusarem acolher o vocábulo é simples. Insondável parece ser a razão de nenhum, dos mais recentes, o fazer. A etimologia — e a explicação, que é coisa diversa e muitas vezes obscura — estão estabelecidas, o uso é quotidiano e alargado. O que esperam os dicionaristas? Curiosamente, foi um estrangeiro que me perguntou o que era «um salazar». Ele escreveu assim mesmo, «um salazar», e não, como se vê escrito por portugueses neste grande repositório de coisas magníficas e de lixo execrável que é a Internet, «um Salazar». Nos hipermercados, se não encontrarem nenhum, perguntem por «raspadores de massa». Com sorte, não os mandam para o Aki, pois «aqui não vendemos produtos para vidraceiros».
Em que dicionário de língua portuguesa é que se encontra o termo «salazar» para designar o raspador ou espátula usada na cozinha, e sobretudo na confecção de bolos, como o da imagem? Em nenhum, que eu saiba. Por ser um termo familiar? Decerto que não, pois os dicionários acolhem muitos termos familiares. Por estar politicamente conotado? Claro que não, pois todos os dicionários abrigam termos com conotações de diversa natureza e devem ser neutros quanto a conotações morais, políticas ou outras. Então, porquê? Como a tendência é os dicionaristas copiarem-se uns aos outros — e copiam-se mal, como se poderá comprovar consultando dicionários de épocas diferentes —, a explicação para todos recusarem acolher o vocábulo é simples. Insondável parece ser a razão de nenhum, dos mais recentes, o fazer. A etimologia — e a explicação, que é coisa diversa e muitas vezes obscura — estão estabelecidas, o uso é quotidiano e alargado. O que esperam os dicionaristas? Curiosamente, foi um estrangeiro que me perguntou o que era «um salazar». Ele escreveu assim mesmo, «um salazar», e não, como se vê escrito por portugueses neste grande repositório de coisas magníficas e de lixo execrável que é a Internet, «um Salazar». Nos hipermercados, se não encontrarem nenhum, perguntem por «raspadores de massa». Com sorte, não os mandam para o Aki, pois «aqui não vendemos produtos para vidraceiros».
2 comentários:
No Brasil há quem chame este objeto de "pão-duro". Dada a notória sovinice de vosso antigo governante, a lógica que deu origem às duas expressões deve ser a mesma, não lhe parece?
Cordialmente.
Sim, parece.
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