Gordon Brown com a pasta de despacho (dispatch box): http://newsimg.bbc.co.uk/
Vamos a despacho
Anteontem, na RTP Memória, passava um episódio de O Regresso de Sherlock Holmes (The Return of Sherlock Holmes, no original). Do pouco que vi, tratava-se do desaparecimento de uma carta que um membro do Governo tinha levado para casa numa pasta. Essa pasta era exactamente igual (talvez menos nova) à da imagem em cima. No original, o nome dessa pasta é «dispatch box». O conceito abarca duas coisas diversas. Primeiro, refere-se a cada um dois atris no Parlamento inglês, na Câmara dos Comuns, usados pelos ministros e pela oposição quando se dirigem ao Parlamento. Segundo, refere-se a uma pasta vermelha, com o monograma do soberano (como a da imagem) usada pelos membros do Governo para transportarem e trocarem documentos e para levaram documentos que tenham de ser analisados pelo soberano. A dispatch box tornou-se, assim, um símbolo do poder. Numa entrevista em 2005, Tony Blair revelou que a maioria dos ministros transporta agora na pasta um computador portátil em vez de papéis. Ora, como tradução de dispatch box, e era aqui que queria chegar, foi usada a locução «mala diplomática». É assim que está (além de «mala de viagem», que não interessa para o caso) em vários dicionários de inglês-português que consultei. O problema, porém, é que o conceito de dispatch box não encaixa, nem pouco mais ou menos, no conceito de mala diplomática. Se recorrermos a dicionários bilingues de inglês-espanhol, a tradução proposta é «valija» ou «cartera ministerial», esta sim, uma tradução correcta. Assim, proponho a tradução «pasta de despacho» — menos altissonante que «mala diplomática», mas, o que importa, mais correcta.
«That can be done in a very few words, Mr. Holmes. The letter — for it was a letter from a foreign potentate — was received six days ago. It was of such importance that I have never left it in my safe, but have taken it across each evening to my house in Whitehall Terrace, and kept it in my bedroom in a locked dispatch-box. It was there last night. Of that I am certain. I actually opened the box while I was dressing for dinner and saw the document inside. This morning it was gone. The dispatch-box had stood beside the glass upon my dressing-table all night. I am a light sleeper, and so is my wife. We are both prepared to swear that no one could have entered the room during the night. And yet I repeat that the paper is gone.»
Vamos a despacho
Anteontem, na RTP Memória, passava um episódio de O Regresso de Sherlock Holmes (The Return of Sherlock Holmes, no original). Do pouco que vi, tratava-se do desaparecimento de uma carta que um membro do Governo tinha levado para casa numa pasta. Essa pasta era exactamente igual (talvez menos nova) à da imagem em cima. No original, o nome dessa pasta é «dispatch box». O conceito abarca duas coisas diversas. Primeiro, refere-se a cada um dois atris no Parlamento inglês, na Câmara dos Comuns, usados pelos ministros e pela oposição quando se dirigem ao Parlamento. Segundo, refere-se a uma pasta vermelha, com o monograma do soberano (como a da imagem) usada pelos membros do Governo para transportarem e trocarem documentos e para levaram documentos que tenham de ser analisados pelo soberano. A dispatch box tornou-se, assim, um símbolo do poder. Numa entrevista em 2005, Tony Blair revelou que a maioria dos ministros transporta agora na pasta um computador portátil em vez de papéis. Ora, como tradução de dispatch box, e era aqui que queria chegar, foi usada a locução «mala diplomática». É assim que está (além de «mala de viagem», que não interessa para o caso) em vários dicionários de inglês-português que consultei. O problema, porém, é que o conceito de dispatch box não encaixa, nem pouco mais ou menos, no conceito de mala diplomática. Se recorrermos a dicionários bilingues de inglês-espanhol, a tradução proposta é «valija» ou «cartera ministerial», esta sim, uma tradução correcta. Assim, proponho a tradução «pasta de despacho» — menos altissonante que «mala diplomática», mas, o que importa, mais correcta.
«That can be done in a very few words, Mr. Holmes. The letter — for it was a letter from a foreign potentate — was received six days ago. It was of such importance that I have never left it in my safe, but have taken it across each evening to my house in Whitehall Terrace, and kept it in my bedroom in a locked dispatch-box. It was there last night. Of that I am certain. I actually opened the box while I was dressing for dinner and saw the document inside. This morning it was gone. The dispatch-box had stood beside the glass upon my dressing-table all night. I am a light sleeper, and so is my wife. We are both prepared to swear that no one could have entered the room during the night. And yet I repeat that the paper is gone.»
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