28.4.08

Símbolos % e ºC, outra vez

Outrora


      Aí por volta do início da década de 1950, quem estudasse pelo Compêndio de Geografia, para o 2.º Ciclo dos Liceus, da autoria de Alves de Moura, Evaristo Vieira e Américo Palma (Livraria Didáctica, Lisboa, 6.ª ed., s/d), podia ler coisas como estas: «A humidade relativa é muito elevada (80 %) e quase constante durante o ano.» (p. 467) «Dos círculos menores há a considerar os paralelos, assim chamados por serem paralelos ao equador (Fig. 43). Os mais notáveis são os quatro seguintes: trópico de Câncer e trópico de Capricórnio, que distam do equador 23º 27’, para N e para S, respectivamente: círculo polar árctico e círculo polar antárctico, que distam dos respectivos pólos 23º 27’.» «Quando a temperatura desce além de , produz-se a solidificação do orvalho, cobrindo-se os corpos de uma camada branca de água solidificada a que se dá o nome de geada.» (p. 71). «No interior, o clima é frígido, e nas planícies do Sueste é temperado continental, com grandes amplitudes térmicas (–4º e +17º).» (p. 107).
      Meu caro Freire de Andrade: se tinha 14 anos em 1954, poderá ter estudado por este manual. Nesta altura, em que os livros eram impressos em tipografias — no caso deste manual, na Tipografia Silvas, no número 120 da Rua D. Pedro V, aqui em Lisboa —, as coisas não eram feitas por acaso, como agora mais frequentemente acontece. Era o tempo do chumbo, o dedo não escorregava no componedor, como agora escorrega nas teclas do computador.