3.7.08

Abuso de «onde»

Onde?
     

      O moderno abuso do pronome relativo e advérbio de lugar «onde», em vez de «no/na qual», «em que», está a tomar proporções impensáveis. Vejamos só alguns exemplos mais recentes.

  1. «A história alternativa, onde se especula sobre cenários históricos diversos, e paralelos, dos que aconteceram na realidade (os what if…?, “e se?”), é um dos subgéneros mais populares da ficção científica, amplamente explorado pelos autores anglo-saxónicos» («E se D. Carlos não tivesse sido assassinado?», Eurico de Barros, Diário de Notícias, 18.1.2008, p. 34);

  2. «Mesmo assim, os níveis de precipitação forma muito inferiores aos registados nas cheias de 1967, onde morreram mais de 700 pessoas» («Mais temporais e mais fortes são inevitáveis para especialistas», Global/DN, 19.2.2008, p. 6);

  3. «Tanto doce até fez com que voltasse atrás nas declarações que fez anteriormente, onde acusou a RTP de ainda não ter decidido o seu futuro» («Merche Romero vestiu-se de chocolate mas RTP não lhe liga», Global, 25.2.2008, p. 23);

  4. «A maior amplitude de opiniões foi encontrada no jornal Público onde Zapatero venceu para 45,7% contra 30,1% que deram a vitória a Rajoy» («Zapatero vence Rajoy à tangente», Global/DN, 27.2.2008, p. 14);

  5. «A 27 de Janeiro, um raide da polícia, em Urumqi, a capital de Xinjiang, originou um tiroteio onde foram mortos dois rebeldes» («Atentado contra Jogos Olímpicos», Global/DN, 10.3.2008, p. 15);

  6. «Os reformados e os operários são quem mais adere aos Alcoólicos Anónimos (AA), onde os membros têm uma média de idades de 47 anos, segundo uma sondagem desta organização que apoia na recuperação do alcoolismo» («Alcoólicos Anónimos traçam perfil», Global, 19.3.2008, p. 3).