À distância
Caro L. M.: uso a forma «televangelista», que, tanto quanto sei, não está dicionarizada. Faço-o por analogia com o vocábulo «telescola», em que há supressão de um e. Ainda recentemente a vi usada por um dos nossos melhores jornalistas, Ferreira Fernandes: «Mais um escândalo político-religioso na América. O reverendo John Hagee, televangelista de San Antonio, Texas, disse que foi Deus, instrumentalizando Hitler, que decidiu o Holocausto. Os televangelistas falam por metáforas porque é o tipo de discurso que incentiva várias interpretações, pescando assim mais crentes. Para mim, o que Hagee disse deveria levar Deus a meter-lhe um processo por difamação. Mas muitos entenderam nas palavras do reverendo texano um insulto aos judeus — matéria sulfurosa em tempos de eleições... Daí que o candidato presidencial John McCain, a quem Hagee apoia, decidisse recusar o seu apoio. Depois do aborrecimento de Obama com o seu pastor Jeremiah Wright (também de metáforas loucas), o de McCain com o seu pastor. Eu se fosse candidato americano aproveitava para lembrar uma... metáfora. Mas, essa, boa: dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Isto é, em política, apoio de pastor é meio caminho para ficar tosquiado» («Separar os rebanhos dos eleitores», Diário de Notícias, 24.5.2008).
Caro L. M.: uso a forma «televangelista», que, tanto quanto sei, não está dicionarizada. Faço-o por analogia com o vocábulo «telescola», em que há supressão de um e. Ainda recentemente a vi usada por um dos nossos melhores jornalistas, Ferreira Fernandes: «Mais um escândalo político-religioso na América. O reverendo John Hagee, televangelista de San Antonio, Texas, disse que foi Deus, instrumentalizando Hitler, que decidiu o Holocausto. Os televangelistas falam por metáforas porque é o tipo de discurso que incentiva várias interpretações, pescando assim mais crentes. Para mim, o que Hagee disse deveria levar Deus a meter-lhe um processo por difamação. Mas muitos entenderam nas palavras do reverendo texano um insulto aos judeus — matéria sulfurosa em tempos de eleições... Daí que o candidato presidencial John McCain, a quem Hagee apoia, decidisse recusar o seu apoio. Depois do aborrecimento de Obama com o seu pastor Jeremiah Wright (também de metáforas loucas), o de McCain com o seu pastor. Eu se fosse candidato americano aproveitava para lembrar uma... metáfora. Mas, essa, boa: dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Isto é, em política, apoio de pastor é meio caminho para ficar tosquiado» («Separar os rebanhos dos eleitores», Diário de Notícias, 24.5.2008).
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