Venham mais assim
Haverá críticas literárias que interessem a tradutores, revisores, editores e leitores em geral? Poucas, mas há — e esta, assinada por José Mário Silva, é uma delas: «Se uma editora decide apostar num romance extraordinário (como “Os Detectives Selvagens” [do chileno Roberto Bolaño (1953-2003)]), ninguém lhe poderá levar a mal que alinhe na contracapa, como numa vitrina de troféus, os encómios da melhor imprensa: “El País”, “Le Monde”, “The New York Times”… A Teorema fez isso — e bem —, mas infelizmente borrou a pintura ao prometer-nos “o primeiro grande romance latino-americano do século XXI”, quando ele foi originalmente publicado em… 1998. Mais graves são outras lacunas, como: o facto de não se mencionar a proveniência da imagem da capa (o quadro “The Billy Boys”, de Jack Vettriano); a excessiva compactação do texto, que permitiu reduzir cem páginas em relação às edições espanhola (Anagrama) ou inglesa (Picador), mas que sujeita o leitor a uma cansativa mancha de texto, demasiado larga e densa; um número inadmissível de gralhas; uma tradução razoável mas que fica ferida por erros básicos (”cadáveres requintados” em vez de “esquisitos”; “corrector” em vez de “revisor”; “Teoria da Libertação” em vez de “Teologia da Libertação”; “índice” em vez de “dedo indicador”, etc.)» («Quando o século XXI em 1998», José Mário Silva, Expresso/Actual, 2.08.2008, p. 25. Ver aqui também).
Haverá críticas literárias que interessem a tradutores, revisores, editores e leitores em geral? Poucas, mas há — e esta, assinada por José Mário Silva, é uma delas: «Se uma editora decide apostar num romance extraordinário (como “Os Detectives Selvagens” [do chileno Roberto Bolaño (1953-2003)]), ninguém lhe poderá levar a mal que alinhe na contracapa, como numa vitrina de troféus, os encómios da melhor imprensa: “El País”, “Le Monde”, “The New York Times”… A Teorema fez isso — e bem —, mas infelizmente borrou a pintura ao prometer-nos “o primeiro grande romance latino-americano do século XXI”, quando ele foi originalmente publicado em… 1998. Mais graves são outras lacunas, como: o facto de não se mencionar a proveniência da imagem da capa (o quadro “The Billy Boys”, de Jack Vettriano); a excessiva compactação do texto, que permitiu reduzir cem páginas em relação às edições espanhola (Anagrama) ou inglesa (Picador), mas que sujeita o leitor a uma cansativa mancha de texto, demasiado larga e densa; um número inadmissível de gralhas; uma tradução razoável mas que fica ferida por erros básicos (”cadáveres requintados” em vez de “esquisitos”; “corrector” em vez de “revisor”; “Teoria da Libertação” em vez de “Teologia da Libertação”; “índice” em vez de “dedo indicador”, etc.)» («Quando o século XXI em 1998», José Mário Silva, Expresso/Actual, 2.08.2008, p. 25. Ver aqui também).
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