17.9.08

Discurso político

Português político


      João Miguel Tavares analisou, no Diário de Notícias de ontem, o discurso de rentrée de Manuela Ferreira Leite na Universidade de Verão do PSD. Eis um excerto do artigo: «Infelizmente, o discurso padece logo de uma doença grave: está escrito com os pés. Não sei se é por os speech writers estarem de férias ou por as eleições americanas aumentarem a exigência, a verdade é que estive para enviar uma mensagem a Ferreira Leite com o meu número de telemóvel. Eu não percebo muito de política, mas acho que podia contribuir modestamente para lhe endireitar o português» («Manuela Ferreira Leite e o ‘copyright’ de 2006», João Miguel Tavares, Diário de Notícias, 16.09.2008, p. 9).
      O jornalista exemplifica depois com vários lugares-comuns e algumas expressões ambíguas, nada (e ele próprio o escreve) que destoe do discurso político a que estamos habituados. Infelizmente. Ora, se é verdade que é preciso saber ler um texto (e eu que já fui speech writer, para usar a expressão inglesa, bem sei que alguns políticos não sabem fazer as pausas, as inflexões de voz requeridas, não sabem dar a ênfase que ideámos para o texto), a verdade é que no caso temos acesso ao próprio texto, e é a qualidade deste que está longe de ser boa. E quem quer governar o País, os Portugueses, deve começar por governar o discurso.

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