28.10.08

Grafia dos nomes próprios

Fácil e gentil

A propósito da grafia dos nomes próprios, matéria várias vezes aqui abordada, escreve o Prof. Carmo Vaz: «Em todo o caso, o acordo ortográfico [de 1945] permite o uso de outras consoantes duplas, por razões de ordem etimológica, nobiliárquica ou decorativa, em nomes próprios pelo portador do nome, supõe-se que por isso, ilustre. Assim “Marcello”, “Telles”, etc. É um caso curioso e único de dupla escrita, pois o próprio pode grafar o seu nome com dupla consoante, enquanto os outros terão de grafá-lo apenas com uma consoante, por obediência ao código de escrita, ou por delicadeza, com dupla, como o próprio faz. Por extensão, há casos pessoais de grafias como “Thiago”, “Mathias”, “Ayres”, “Ruy”, etc., que hoje não surpreendem, considerando o leque cada vez mais largo da antroponímia luso-brasileira, originária das línguas mais longinquamente aparentadas, como o árabe, o chinês, alemão, etc., razão por que ainda o mais seguro é escrever o nome dos outros tal como os outros os usam nos seus cartões de visita. É fácil e socialmente gentil» (Carmo Vaz. Código de Escrita: Linguística Portuguesa 1. Segunda edição revista e aumentada. Lisboa: Editora Portuguesa de Livros Técnicos e Científicos, 1983, pp. 127-28).

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