Simples, mas…
É espantoso que um jornalista, alguém cuja ferramenta de trabalho é a língua, erre em algo tão simples. Erro, de resto, que vejo todos os dias em traduções e artigos jornalísticos. Cara Rute Coelho, as orações interrogativas directas e indirectas com nomes expressos como motivo, causa, razão, diabo, diacho, carga de água são introduzidas pela preposição por seguida do determinante interrogativo que. Logo, deveria ter escrito: «Adelina — Ele disse-me que vinha a tribunal e depois disse-me que tinha sido detido [na primeira sessão, em Dezembro de 2006). Até Janeiro [de 2007] não soube por que razão tinha sido preso.» E o revisor, está lá a fazer o quê?
É espantoso que um jornalista, alguém cuja ferramenta de trabalho é a língua, erre em algo tão simples. Erro, de resto, que vejo todos os dias em traduções e artigos jornalísticos. Cara Rute Coelho, as orações interrogativas directas e indirectas com nomes expressos como motivo, causa, razão, diabo, diacho, carga de água são introduzidas pela preposição por seguida do determinante interrogativo que. Logo, deveria ter escrito: «Adelina — Ele disse-me que vinha a tribunal e depois disse-me que tinha sido detido [na primeira sessão, em Dezembro de 2006). Até Janeiro [de 2007] não soube por que razão tinha sido preso.» E o revisor, está lá a fazer o quê?
1 comentário:
Muito triste é ver o Miguel Sousa Tavares cometer este mesmo erro; ainda este fim-de-semana, ele escreveu na sua crónica habitual no "Expresso": «Se já então, não percebi, hoje ainda percebo menos: porque carga de água se paga portagem em quatro quintos das auto-estradas e não se paga nas outras? Porque carga de água uns usam sem pagar o que outros depois vão pagar sem ter usado? E porque carga de água uns aproveitam a borla hoje para outros pagarem amanhã e com juros? Por que razão devo pagar as minhas portagens e duzentos quilómetros a norte ou a leste cidadãos iguais a mim passam sem pagar e remetem a conta para o meu IRS?» Ver o erro três vezes seguidas prova que não se tratou de gralha; e logo a seguir, escrever correctamente «Por que razão» leva-me a perguntar: qual o critério, afinal?
Fernando Ferreira
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