22.1.09

Prefixo «hiper-»

Para isso pagamos

Chamem-me Júlio Verne ou chamem Júlio de Matos — acredito que chegará um dia em que um chip implantado no nosso cérebro nos comandará a mão a escrever segundo a norma ortográfica então vigente. Nessa altura, só os vírus (ou quem controlar um poderosíssimo computador central que enviará informação para o chip) nos impedirão de escrever bem. Entretanto, sobretudo quando se trata de palavras menos vulgares, convém que todos — mas sobretudo os jornalistas, que escrevem para milhares e milhões — consultemos dicionários e prontuários. Os leitores não pedem mais nem muito.
«Hiper-protegido, o pequeno Nuno não frequentou a escola, não brincava na rua com as outras crianças, no futebol só podia jogar a guarda-redes para não se aleijar e tinha sempre consigo a mãe preocupada com as correntes de ar» («Um filme para redescobrir “o homem que dava pulos”», Maria João Caetano, Diário de Notícias, 20.1.2009, p. 24). A consulta a um prontuário diria que o prefixo hiper- só tem hífen antes de h e de r.

1 comentário:

Anónimo disse...

Outro erro, cada vez mais comum, é usar o prefixo «hiper» separado; numa embalagem de Chocapic pode ler-se: «jogos hiper divertidos».