Outrora
Não nasci a tempo de pertencer à Mocidade Portuguesa. Mas usei bibe na escola primária e não gostava nada. A pertença à Mocidade Portuguesa obrigava ao uso de farda, que se comprava a pronto ou a prestações. A farda, diziam os estatutos, era o uniforme de trabalho. Bivaque, camisa, cinto (com um s, fosse de «servir» ou de «Salazar»), calções e meias. Nem é por acaso que à farda se dá o nome de uniforme. Uniforme porque uniformiza, anula as características individuais, torna os membros todos iguais, mais facilmente controláveis. Curioso é que «farda» e «fardo» tenham o mesmo étimo árabe. E figuradamente, um fardo é um peso, algo que incomoda ou custa a suportar. Era objectivo da Mocidade Portuguesa fazer de cada membro um «português perfeito», seja isso lá o que for.
Não nasci a tempo de pertencer à Mocidade Portuguesa. Mas usei bibe na escola primária e não gostava nada. A pertença à Mocidade Portuguesa obrigava ao uso de farda, que se comprava a pronto ou a prestações. A farda, diziam os estatutos, era o uniforme de trabalho. Bivaque, camisa, cinto (com um s, fosse de «servir» ou de «Salazar»), calções e meias. Nem é por acaso que à farda se dá o nome de uniforme. Uniforme porque uniformiza, anula as características individuais, torna os membros todos iguais, mais facilmente controláveis. Curioso é que «farda» e «fardo» tenham o mesmo étimo árabe. E figuradamente, um fardo é um peso, algo que incomoda ou custa a suportar. Era objectivo da Mocidade Portuguesa fazer de cada membro um «português perfeito», seja isso lá o que for.
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