10.4.09

Uso do apóstrofo

A métrica do erro


      Freire d’Andrade? Mera adesão à obra de Sttau Monteiro. No entanto, é tão legítimo usar neste caso o apóstrofo como em Victorino D’Almeida. A verdade, porém, é que só o uso do apóstrofo nas ligações de duas formas nominais quando é necessário indicar que na primeira se elimina um o final está previsto no texto dos acordos ortográficos: Nun’Álvares, Pedr’Eanes. Em certos compostos, também se usa este sinal diacrítico para assinalar a eliminação do e da preposição de, em combinação com substantivos como borda-d’água, cobra-d’água, copo-d’água, estrela-d’alva, galinha-d’água, mãe-d’água, pau-d’água, pau-d’alho, pau-d’arco, pau-d’óleo. Recentemente, tudo o que se refere a Barack Obama é notícia, como a escolha da raça do cão para as filhas do presidente dos Estados Unidos da América: «O “melhor amigo” de Sasha e Malia, filhas de Barack Obama, já está escolhido: vai mesmo ser um cão-d’água português» («Cão da Casa Branca descende do canil de Conchita Cintrón», Rui Pedro Antunes, Diário de Notícias, 27.02.2009, p. 32). Os Brasileiros usam (e abusam) muito mais o apóstrofo do que nós, que, todavia, usamos incorrectamente «p’lo» em correspondência de carácter formal, como se tal elisão se justificasse.

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