9.10.09

«Cônsul-geral/consulesa-geral»


Trapalhadas

      «O Consulado Geral de Portugal em Caracas vai premiar trabalhos de investigação sobre o associativismo português na Venezuela, realizados por alunos luso-venezuelanos de Comunicação Social, revelou ontem a cônsul-geral Isabel Brilhante Pedrosa» («Consulado de Caracas apoia associativismo», Diário de Notícias, 8.10.2009, p. 12). Compreendo que a titular do cargo se auto-intitule, em documentos legais, cônsul-geral, mas porque não escreveu o jornalista «consulesa-geral»? Até o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora regista, em verbete autónomo, consulesa: «funcionária do ministério dos Negócios Estrangeiros de um país que exerce a sua actividade em país estrangeiro e tem a seu cargo a defesa dos interesses dos seus compatriotas e das boas relações comerciais entre os dois países». (O Dicionário Houaiss, por seu lado, regista «consulesa», mas somente no verbete de «cônsul».) Mais estranho ainda é o jornalista ter grafado, numa discrepância inexplicável, «Consulado Geral» e «cônsul-geral». Apesar de não se colher uma opinião consensual nos dicionários, ou se usa o hífen em ambos os vocábulos ou em nenhum. Prefiro, seguindo o que estabelece o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia das Ciências de Lisboa, cônsul-geral e consulado-geral.

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