20.12.09

«Fazer filhos» e «caderno de encargos»

Insensibilidade e seguidismo

      «Eu não acredito que tenha desaparecido entre os Portugueses o entusiasmo por trazer novas vidas ao mundo», disse Cavaco Silva, que falou em «inverno demográfico», mas a jornalista Natália Carvalho, no noticiário das 2 da tarde de ontem na Antena 1, disse, à bruta: «Os Portugueses fazem cada vez menos filhos. Este ano nasceram pouco mais de cem mil crianças.»
      No mesmo noticiário, o jornalista Jorge Correia disse: «Cavaco Silva apresentou um caderno de encargos ao Governo para apoiar o nascimento de mais crianças no País.» É a expressão da moda, «caderno de encargos». Os jornalistas apenas vão atrás dos políticos. Creio que foi nas últimas eleições legislativas que começou a ser usada recorrentemente. E é claro que não é naquele sentido que os dicionários a registam: «articulado com regras técnicas, jurídicas e administrativas que devem ser respeitadas na elaboração de um estudo ou na execução de qualquer obra» (in Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora).

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