9.4.10

Ter e possuir

Proprietário de arranhões


      Passa pela cabeça de alguém substituir em todos os contextos o verbo ter pelo verbo possuir? Sim, pela cabeça de um jornalista: «Segundo fonte policial, saiu ao início da manhã, uma vez que apenas possuía “alguns arranhões na cara”» («Atacam polícia à pedrada antes de bater em agente», H. A., Correio da Manhã, 22.3.2010, p. 14). Os revisores deixam estar, pois supõem que é indiferente.

[Post 3327]

5 comentários:

Paulo Araujo disse...

Um dos erros mais frequentes,aqui no Brasil, praticado até por quem se pensa que escreve corretamente, aparece no uso da crase. Eu não a teria grafado em 'a pedrada', por desnecessário o artigo. Estaria errando?

Helder Guégués disse...

Caro Paulo Araujo,
Nesta frase, tenho sérias dúvidas de que qualquer português deixasse de usar a crase.

Paulo Araujo disse...

Supondo-se substituir pedrada por pontapé ou chute, não seria necessário imaginar ao pontapé ou ao chute; por isso, não vejo motivo para a crase. Desculpe a insistência.

Venâncio disse...

Paulo Araújo,

Mesmo assim, o Helder tem razão: também não concebo que um português use a locução «a pedrada», portanto sem crase.

Dizemos «a pontapé», «a murro», mas sempre «à estocada», para mais um exemplo.

Os (decerto necessários) cuidados brasileiros podem redundar em procedimentos para nós algo casuísticos.

que nosacaba por ser-nos estranha.

Venâncio disse...

Um exemplo mais: dizemos sempre (como locução) «à paulada».