26.10.10

Sobre «campa»

Era assim


      «Quase todas as cidades estão fundadas ao longo de rios. Nos rios que não são muito altos e impetuosos têm estas cidades para serviço pelo rio pontes de pedra mui nobres e mui bem lavradas, e não vão os pegões feitos em arcos se não depois de bem fundos e postos em boa altura. São cingidos uns com outros por cima de mui grandes e mui grossas campas» (Tratado das Coisas da China, Fr. Gaspar da Cruz. Introdução, modernização do texto e notas de Rui Manuel Loureiro. Lisboa: Biblioteca Editores Independentes, 2010, p. 124). Embora, actualmente, os dicionários apenas registem que campa é a laje sepulcral e, por extensão de sentido, a própria sepultura, a verdade é que no tempo do nosso dominicano Fr. Gaspar da Cruz, no século XVI, campas eram simplesmente lajes, e, em nota, Rui Manuel Loureiro dá conta do significado.


[Post 4010]

2 comentários:

Anónimo disse...

Eis um bom ensejo para usar um tropo cuja graça li já não sei onde que foi expungida da última edição do Dicionário da Academia Francesa: a antanáclase.
Com efeito, o texto citado tem um senão, que é o de não ter senão onde está se não.
- Montexto

Helder Guégués disse...

A obra tem mais erros de igual calibre. A «modernização» do texto não chegou a tanto.