«Entre agentes da CIA e da segurança pessoal que já se deslocaram para Portugal há várias semanas, as equipas de análise de informações que têm estado a trabalhar com as “secretas” portuguesas e os elementos das equipas de guarda-costas que vão estar mais próximos de Barack Obama, chega às duas centenas o número de pessoas envolvidas na protecção do Presidente norte-americano» («Obama traz quase 200 seguranças na visita a Portugal», Patrícia Viegas e Valentina Marcelino, Diário de Notícias, 18.11.2010, p. 2).
Já aqui perguntei uma vez, mas, paciente, pergunto de novo: para quê as aspas em «secretas»? Trata-se de algum uso metalinguístico? E «presidente» merecerá inicial maiúscula?
[Post 4101]
6 comentários:
A propósito de secretas, muito me edifiquei ontem com a leitura, no Público, de 19.11.2010, da opinião de Vasco Pulido Valente — decerto, a melhor pena, ou, talvez com mais propriedade, a melhor tecla, do português hoje, — em que contribuiu grandemente para a tão desejada evolução e enriquecimento da língua pátria escrevendo: «Os serviços secretos portugueses sempre se distinguiram pela sua falta absoluta de secrecidade.»
Nisto não se lhe tem ficado atrás José Manuel Fernandes, honra lhe seja, também no Público», mas de 20.11.2010, com os achados de «comecemos por um breve recordatário» e de «demasiadas empresas sobrendividadas».
Com tanta gente empenhada em recriar e opulentar a língua portuguesa, José Eduardo Agualusa ainda cita saudosamente a opinião de não sei que poeta pantanoso, segundo a qual «os homens precisam de reaprender a errar a língua», e se queixa de que numa espécie de academia de logótetas (mais um acrescentamento) deste jaez «faz uma falta danada um escritor português» (Milagrário Pessoal, cap. primeiro)! Há gente que nunca está satisfeita.
- Montexto
«Recordatário»... Talvez fosse «recordatório». Já não me recordo. Em todo o caso, um achado.
- Montexto
Mas se já temos o "secretismo"... para quê inventar palavras novas!
Será mesmo que Montexto "admitiu" algo que antes não aceitava? Assim num estilo, digamos, papal!
«Comecemos por um breve recordatório dos problemas.» Público, dia 20/11/2010, página 39.
Haja alguém mais caridoso que explique tintim por tintim, e, se possível, com desenhos, ao leitor ou leitora R. A. as virtudes do tropo chamado «ironia», e lhe recomende como leitura ilustrativa por exemplo a «Modesta Proposta» ou os «Conselhos à Criadagem», de Swift.
- Montexto
Hi! Hi! Hi!
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