10.11.10

Ensino

Preocupem-se


      «Quatro em cada dez alunos do 6.º ano não foram além de duas respostas totalmente correctas em nove no domínio do Conhecimento Explícito da Língua na prova de aferição de Português, o que fica “aquém do desejável”», noticia hoje o Público. E mais: «Segundo o relatório nacional do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação sobre a prova do 6.º ano, ontem divulgado, 42 por cento dos alunos tiveram um máximo de duas respostas totalmente certas e 10 por cento não tiveram qualquer resposta integralmente certa. “Os alunos evidenciam um bom desempenho ao nível da Compreensão da Leitura e da Expressão Escrita, mas permanecem aquém de que é desejável no que respeita ao Conhecimento Explícito da Língua”, lê-se no relatório. Desagregando os dados, 38 por cento por cento dos alunos obtiveram uma classificação correspondente a “Não Satisfaz”» («Maus resultados na prova de aferição de Português», 10.11.2010, p. 9).
      O conhecimento explícito da língua é o conhecimento reflectido e sistematizado das unidades, regras e processos gramaticais da língua (ver mais aqui). Se os alunos são maus nisto, quer dizer que detêm somente um conhecimento implícito da língua — não se distinguindo assim muito de analfabetos.

[Post 4064]

2 comentários:

Anónimo disse...

Portanto, parece que se pode concluir, sem temeridade de maior, que 68% obtiveram uma classificação «Satisfaz» para cima. Não conheço maior exemplo do optimismo impenitente que nos tem conduzido aos «hojes que choram», onde nos encontramos. Sus!
- Montexto

Anónimo disse...

O que é um «Satisfaz»? Significa que acertou em 50%, mas simultaneamente errou também em 50%. A mim isso não me satisfaz!!!

Desses 68% provavelmente a maioria serão «Satisfaz» (perdoem-me a extrapolação pouco científica, mas basta olhar as pautas para verificar que não é infundada). A mim isso não me satisfaz nada!!!

Desses «Satisfaz» muitos são verdadeiramente «Não Satisfaz» em bicos de pés, puxados ao limite pelos professores que são obrigados a considerar alunos aptos, que não são aptos. A mim isso não me satisfaz mesmo nada!!!

Não sou da área de Línguas, mas um país que não cuida do seu idioma é um país pobre e da maior pobreza de todas: A de espírito!

Um espírito livre critica, discute, evoluí e recusa-se a ser nivelado por baixo.

Obrigado Hélder pela partilha do seu saber através do seu Blog. Descobri-o há pouco, mas vou passar a ser leitora assídua!

Maria do Céu