Metralhadora MG34 montada no bipé.
Imagem tirada daqui
«Ainda de acordo com aquela força policial, a referida metralhadora apreendida encontra-se em estado novo e dispunha de um bipé. Em termos históricos, a MG34 foi usada na Segunda Guerra Mundial como arma de defesa contra tanques e aviões» («Metralhadora rara apreendida em bairro», Público, 19.01.2011, p. 22).
Nunca tinha visto esta palavra fora dos dicionários. No Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora está registada: «MILITAR órgão de apoio para o tiro de certas armas de infantaria, constituído por duas pernas em ângulo, que, por meio de uma braçadeira, se ligam à parte anterior do cano.» Mas não está correcto: é especialmente este apoio de certas armas, mas não só: aplica-se a todo o tipo de apoio semelhante.
Tripé, bipé... Unipé? Não, por acaso não: se precisarmos de o dizer, só temos o vocábulo unípede. É pena.
[Post 4348]
5 comentários:
Não basta dizer, simplesmente, "pé"?
Na maioria dos casos, sim.
Em fotografia o termo usado é "monopé", que é o acessório semelhante a uma vara extensível que substitui o tripé quando é necessária maior mobilidade. Vê-se muito nos estádios de futebol e em outros recintos desportivos. Dá muito jeito para apoiar as longas teleobjectivas que se usam nessas ocasiões.
É também usado por ornitólogos para apoiar os seus óculos de observação.
Folheando a «Sintaxe Histórica Portuguesa», de Epifânio, por causa do emprego dos pronomes na locução «entre mim e ele», deparou-se-me esta lição, que viria a propósito do que se disse da «Regência do verbo “Acreditar” neste blogue, em 24.11.2010:
«§ 350. a) Precedida da prepos. “de”, junta-se uma or. de “que” aos verbos, loc. verbais, adjectivos, que podem ser determinados por substantivos abstractos precedidos da prepos. “de”: “O cataléptico […] tem a consciência de que foi sepultado vivo” (Herc., “Op.”, I, 196).
»Obs. 1.ª A prepos. “de” pode omitir-se depois dos verbos e locuções pertencentes a esta categoria: “Ela tinha esperança que se isto fizesse seu filho haveria perfeita saúde” (“Mil. de St.º António, 22).»
«Pode», note-se, não é exactamente o mesmo que «deve».
E continua: «Obs. 2.ª “Duvidar como”, em vez de “duvidar de que”, é arcaico.»
Mas, note-se mais uma vez, «duvidar de que», foi o que escreveu o grande sintacticista, e não «duvidar que», embora, segundo a sua doutrina, «se possa» omitir a preposição neste caso.
E acrescenta: «Cf. em inglês: “there is no doubt – (não há dúvida de que –).
E o mesmo para a preposição «em» em casos que tais:
«§ 351. Precedida da prepos. “em”, junta-se uma or. de “que” aos verbos e locuções verbais que se construem com a prepos. “em”, e aos substantivos correspondentes: “Que te vai a ti em que quem ta deu ta pida [= peça] (“Man. de Epicteto”, 47).
Obs. Depois de vários verbos e locuções pode suprimir-se a prepos. “em”: “Todos concordarão que…” (Vieira, “S. do b. Estanislao”).
Portanto, – DEVE dizer-se «duvidar de que, ter consciência de que, concordar em que», e também «acreditar em que», etc., mas também - PODE dizer-se «duvidar que, ter consciência que, concordar que», e também «acreditar que», etc.
- Montexto
. Bípede, adject., que tem 2 pés; bipé, subst.
. Unípede, adject., que tem um pé; unipé ou monopé, subst. (isto se «unípede» for só adjectivo).
Não me parece mal, e, «se non è vero, è bene trovato».
- Montexto
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