Mesmo nos clássicos, já aqui se viu, nem tudo é para imitar. Em Filinto, por exemplo, vê-se o particípio passado com pronomes pessoais enclíticos: «Tinha eu feito o retrato do meu amigo e metido-o numa bocetinha.» Veio-me agora à memória esta precaução, já no fim do dia, quando ouvi a minha filha usar uma construção semelhante.
[Post 4338]
4 comentários:
Filinto é dos mais forçados e arrevesados no dizer. Com razão se poderia sugerir a leitura das suas obras completas como um novo tipo de pena para juntar às do Código Penal, mas seria muito desumano.
- Montexto
Se Filinto é clássico e muitas vezes trazido à baila como argumento de autoridade, e mesmo assim comete coisa assim, fico a indagar-me: há outros registros semelhantes em outros escritores, também clássicos? tal proibição (ênclise com particípio passado) sempre vigeu? ou foi a partir de algum momento mais ou menos específico? qual?
Alguém se anima a contribuir?
Ainda que porventura se possa topar mais um que outro exemplo nesta ou naquela pena de boa ou sofrível nota, nunca vigorou, caro Kupo. É mero descuido ou violência de Francisco Manuel do Nascimento.
«Quem há aí tão acabado que tudo diga e faça perfeitamente?», perguntava D. Duarte (cito de memória).
- Mont.
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