Por um triz
«Numa pequena sala da base aérea militar do Montijo, três homens vestem-se para entrarem em acção. Fatos de neoprene, capacetes, coletes de salvamento, faca na perna. Na manga salta à vista o emblema da Esquadra 751 com o respectivo lema: “Para que outros vivam”. São recuperadores da Força Aérea Portuguesa (FAP), pescadores de vidas em mares revoltos. Foi graças a estes homens, que trabalham pendurados por cabos presos a helicópteros, que 2520 vidas foram salvas pela Força Aérea Portuguesa ao longo dos últimos 33 anos» («Homens que salvam vidas pendurados em helicópteros», Luís Fontes, Diário de Notícias, 6.03.2011, p. 22).
O príncipe William (ou direi melhor Guilherme, como se lê na Infopédia?) é co-piloto de um helicóptero de resgate. Os colegas serão recuperadores. A acepção ainda não chegou aos dicionários. Felizmente, ninguém se lembrou (e até eu devia estar caladinho, mas os meus leitores são sensatos) de dizer que são rescuers.
[Post 4529]
2 comentários:
Deleitemo-nos com mais este mimo de estilo: «três homens vestem-se para entrarem em acção».
Certo, as linhas com que se cose o infinitivo não são rígidas; mas, perante a proximidade dos verbos a evitar qualquer ambiguidade sobre quem entra, e atenta a repetição de -ens (homens), -em (vestem-se), -em (entrarem), e em (acção), não bastaria: «três homens vestem-se para entrar em acção»? Retórica.
— Montexto
Chamamos à ação de 'operação de resgate'; os atores podem ser 'salva-vidas' e a descida em cordas, 'descida em rapel', com o devido perdão pelo culto à Gália.
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