Imagem: Fresco de Fra Angelico (c. 1450) de Prisão de Cristo.
A poesia dos verbetes
No verbete actualizado do vocábulo «mouco», o Dicionário Aulete, a respeito da etimologia, regista: «De or. obsc., talvez ligado a mocho.» Mas o verbete original afirmava: «F[ormação ou étimo]. arameu Malka (rei), através do lat. Malchus (nome de um dos soldados que prenderam Cristo e a quem S. Pedro cortou uma orelha).» Talvez por acharem demasiado fantasiosa a etimologia estabelecida até hoje, os responsáveis deste dicionário decidiram modificar o verbete. Aliás, o Dicionário Houaiss também afirma ser a etimologia de «mouco» de origem obscura, mas talvez ligada a «mocho». Lembro a história bíblica, que se pode ler no Evangelho segundo S. João, 18,10: «Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote [Caifás], cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco.» Nas palavras da Vulgata: «Simon ergo Petrus, habens gladium, eduxit eum et percussit pontificis servum et abscidit eius auriculam dextram. Erat autem nomen servo Malchus.» Caifás dissera ao seu servo que este era os seus ouvidos. Em hebraico, o nome do servo era Melekh (nos caracteres hebraicos, ךלמ), que significa «rei», muito comum nas línguas semitas.
A poesia dos verbetes
No verbete actualizado do vocábulo «mouco», o Dicionário Aulete, a respeito da etimologia, regista: «De or. obsc., talvez ligado a mocho.» Mas o verbete original afirmava: «F[ormação ou étimo]. arameu Malka (rei), através do lat. Malchus (nome de um dos soldados que prenderam Cristo e a quem S. Pedro cortou uma orelha).» Talvez por acharem demasiado fantasiosa a etimologia estabelecida até hoje, os responsáveis deste dicionário decidiram modificar o verbete. Aliás, o Dicionário Houaiss também afirma ser a etimologia de «mouco» de origem obscura, mas talvez ligada a «mocho». Lembro a história bíblica, que se pode ler no Evangelho segundo S. João, 18,10: «Nessa altura, Simão Pedro, que trazia uma espada, desembainhou-a e arremeteu contra um servo do Sumo Sacerdote [Caifás], cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco.» Nas palavras da Vulgata: «Simon ergo Petrus, habens gladium, eduxit eum et percussit pontificis servum et abscidit eius auriculam dextram. Erat autem nomen servo Malchus.» Caifás dissera ao seu servo que este era os seus ouvidos. Em hebraico, o nome do servo era Melekh (nos caracteres hebraicos, ךלמ), que significa «rei», muito comum nas línguas semitas.
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