5.10.07

O som erre

Assim se fala

Queria recuperar um texto, para o qual, a seu tempo, chamou a atenção o blogue Debuxos, do início de 2006, que julgo ser uma boa análise e não merecer ficar sepultado no pó do tempo.

«Manuel Alegre, Mário Soares, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã têm outra coisa em comum, além do facto de serem de esquerda. Algo de muito sonoro os distingue de Aníbal Cavaco Silva. Trata-se do som da letra “r” em início de palavra (“revolução”), com grafia dupla no interior de um vocábulo (“terra”) ou em sequências como “honra” e “guelra”. O ponto de articulação do “r” dos candidatos de esquerda é apical: a ponta da língua rola contra o palato duro, um pouco atrás daquilo a que Homero chamou “a barreira dos dentes”. No caso de Cavaco Silva, o “r” é articulado na garganta: é o som gutural de quem anuncia a intenção de escarrar. Entrou na nossa fonética por via do estrangeirismo: primeiro conquistou a classe alta por ser o “r” francês; a pouco e pouco, a classe média foi imitando; por fim, contaminou a classe proletária por ser o “r” das telenovelas brasileiras. Hoje, o “r” de Cavaco Silva é o mais ouvido no nosso país. Apesar do apreço que o Prof. Cavaco me merece, é pena. Pois não há a menor dúvida de que o “r” dos candidatos de esquerda é o verdadeiro “r” de Portugal. É o mesmo “r” do castelhano (e do italiano, já agora). Em Espanha, as pessoas que emitem o “r” gutural (por defeito de fala ou afectação) tornam-se ridículas. No som da letra “r”, que os nossos vizinhos hispânicos rolam extravagantemente, ouvimos todo o seu orgulho em serem espanhóis; ao passo que nós, tristes portugueses, fomos caindo na snobeira auto-amarfanhante de pensarmos que o “r” francês e brasileiro é mais urbano do que o atávico “r” ibérico, que soa rústico a ouvidos arrivistas. No filme de João César Monteiro sobre Sophia de Mello Breyner Andresen, dá-se um fenómeno curioso. A voz de Sophia tinha compreensivelmente todos os tiques de prosódia e articulação fonética da classe social a que pertencia. No filme, quando ela fala em registo informal, articula o “r” francês, próprio de uma senhora bem que não quer empregar o mesmo “r” das criadas. No entanto, quando Sophia declama os seus poemas, o “r” gutural de Cavaco Silva é cuidadosamente substituído pelo “r” apical de Manuel Alegre. O que terá levado Sophia a mudar de “r” conforme assumia uma das suas duas personagens, a senhora fina e a poetisa? Só pode ter sido a consciência de que, apesar de menos chique, o “r” apical é intrinsecamente mais eufónico e mais português do que o “r” gutural. Realidade que todos os cantores de fado sabem. E muitos actores. Mas até no teatro o “r” português está em vias de extinção. Na famosa encenação de Ricardo Pais da Castro de António Ferreira, a interpretação de Maria de Medeiros dividiu opiniões. As críticas foram injustas, pois a Maria recriou uma Inês de Castro deslumbrante. Mas dei razão a Cremilde Rosado Fernandes, que, com os seus ouvidos infalíveis de cravista, me disse “que pena a Maria de Medeiros ter aqueles horríveis ‘r’s guturais”. O efeito normalizador da televisão vai levar, mais cedo ou mais tarde, a que o autêntico “r” português (o “r” de Gil Vicente, Camões e Camilo) desapareça para sempre. Duvido que haja menores de vinte anos que o pronunciem ainda. O “r” hediondo do arrivismo vai vencer. Agradeço, portanto, a portugueses tão diferentes como Marcelo Rebelo de Sousa, Jorge Silva Melo, Manuel Maria Carrilho, Luís Miguel Cintra e muito especialmente aos quatro candidatos presidenciais de esquerda o facto de manterem ainda viva a pronúncia castiça do “r”, que é, juntamente com o marulhar das ondas e o dedilhar da guitarra portuguesa, aquele som que dá verdade a Portugal» («O som de Portugal», Frederico Lourenço, Público, 7.1.2006, p. 14).

11 comentários:

Bruno Fehr disse...

As crianças quando começam a falar, pronunciam o "r" com a garganta. O meu pai desde essa altura insistia comigo para pronunciar o "r" correctamente.

"o rato roeu a rolha, à garrafa de rum do rei da Russia"

Dizia isto diáriamente, até aprender. Hoje os país não ligam a como os filhos falam, não há tempo a perder com essas coisas...

Hoje em dia, existe uma nova maneira de pronunciar o "r", que é nova e muito mais irritante. Noto-a em cantores, actores e nos nossos "VIP". Em qualquer canção dos "Entre Aspas", esta nova mania é audível.

Anónimo disse...

Sou filho de emigrante. Vivo em França. Tenho esse orgulho de ser portugues e português do norte :-). Fico triste em ver que o "r francês" acaba por ter maior importância na nossa lingua. Nao suporto mais ouvir a radio ou a televisao portuguesa onde so se ouve falar assim. Parecem perguiçosos :-) !Por que razao é que foram buscar esta pronuncia que nao é natural de portugal ? Realmente espero que o fenomeno deixara de ser (mas isto é utopia).

Vítor Lindegaard disse...

Caro Helder Guégués,

Que goste do r múltiplo alveolar, como o Sr. Frederico Lourenço, pois muito bem. Gostos não se discutem. Mas não me parece que haja nada a elogiar no louvor que Frederico Lourenço faz desse som como sendo “O som de Portugal”. O texto de Lourenço está cheio de afirmações no mínimo muito discutíveis, se não completamente estapafúrdias.

O som do r longo não é mais português sendo pronunciado com “a ponta da língua rola contra o palato duro” do que sendo pronunciado com o “o som gutural de quem anuncia a intenção de escarrar” (esta é mesmo de mau gosto!). Que tenha entrado na nossa língua “por via do estrangeirismo” e que “primeiro conquistou a classe alta por ser o “r” francês; a pouco e pouco, a classe média foi imitando; por fim, contaminou a classe proletária por ser o “r” das telenovelas brasileiras” já oscila entre o mito e o disparate.

A tese de que o r gutural tenha entrado por influência do francês nos falares da classe alta é estranha, para não dizer mais, e nunca vi nenhum texto de nenhum teórico consagrado da história da língua em que isso seja defendido. Mesmo que os haja, que a linguística evolutiva sempre foi um campo relativamente permeável à falta de rigor, a ideia não me convence. Para mim, não pode passar de um mito como aquele que diz que a pronúncia da fricativa dental espanhola que se grafa com z ou ce e ci tem origem num defeito da fala de um rei: são histórias. Não é assim que as línguas evoluem. Não se importam, de repente, sons de outra língua. Os sistemas fonéticos das línguas evoluem a partir de dentro, de mutações que ocorrem no interior do sistema. Mas há mais: se o r gutural viesse, como o mito quer, da classe alta não tinha sido condenado como foi precisamente por ser típico do falar de gente sem educação e não tinha sido banido, até há relativamente pouco tempo, da pronúncia standard da rádio. Tenho só quarenta e nove anos e lembro-me perfeitamente de quando os locutores da rádio usavam sistematicamente a vibrante alveolar múltipla: era a received pronounciation portuguesa. Mas a malta de Alfama não. Quando as telenovelas apareceram, já o r gutural fazia, há muito tempo, parte da pronúncia padrão de certas regiões de Portugal.

Se é indiscutível que essa pronúncia se difundiu muito nos últimos anos, é pela influência do português da capital através dos meios de comunicação social, e não das telenovelas brasileiras – senão era outro r que tínhamos (A propósito, como é que o r gutural brasileiro se desenvolveu? Foi também por causa da influência francesa? Ora, francamente…). O r gutural francês, fenómeno também ele relativamente recente e de origem localizada (surgido na segunda metade do séc. XVIII no Norte, ainda não completamente difundido em toda a França – mas quase…), é muito diferente do r gutural do português europeu moderno (é antes como o do dinamarquês standard) e estes dois rr são, além de diferentes entre si, muito diferentes do r gutural brasileiro. O r francês é muito mais próximo do r típico do falar de Setúbal, onde parece que a oposição entre a vibrante simples e a vibrante múltipla se anulou – e que também vai acabar por desaparecer por causa do português moderno de Lisboa, coitado dele, tão português que era…

Que o “r” de Gil Vicente e Camões fosse alveolar, não tenho dúvidas. O de Camilo também o seria provavelmente, mas vá lá uma pessoa saber, porque o Porto é uma das zonas onde o r gutural também já existe há muito tempo, pelo menos nas classes baixas, precisamente… Mas, se é assim, então que dirão os franceses: o r de Molière e de Pascal também era, com certeza, roulé – como o de Camões!

Que o “r” do castelhano é alveolar, é certo; o do italiano, também o é na maior parte dos casos, mas nem sempre – há dialectos onde ele é gutural. E s'ao tambëm alveolares os rr do galego e o do asturiano e o do catalão e do aragonês e, em suma, o da maior parte das línguas românicas. E então – é o facto de o nosso r alveolar ser igual ao das outras línguas todas que o faz mais português? Estranho argumento…

“Em Espanha, as pessoas que emitem o “r” gutural (por defeito de fala ou afectação) tornam-se ridículas”. Qualquer pessoa se pode tornar ridícula por qualquer defeito de fala aos olhos (talvez antes aos ouvidos, neste caso) de certas pessoas. Para mim, um defeito de fala não torna ninguém ridículo, mas cada qual tem a sua moral. O que é mentira é que haja em Espanha quem pronuncie rr guturais por “afectação”. Porque as línguas não funcionam como Frederico Lourenço pensa que elas funcionam e mesmo a afectação (uma variação sociolectal) obedece a regras da língua. No caso do castelhano, por exemplo, a pronúncia gutural do r tornaria o sistema disfuncional, porque anularia a distinção entre o fonema /R/ e o fonema /X/ – o que é impossível (há portugueses que falam assim castelhano, mas pura e simplesmente não há falantes nativos que o façam)!

Que Sophia de Mello Breyner Andresen não tenha o r das suas criadas pode dever-se mais ao facto de as suas criadas não serem de Lisboa do que a serem criadas. Não sei, mas é bem possível. As classes baixas de Lisboa usavam já o r gutural nessa altura. Que ela use o r alveolar quando declama deve-se seguramente ao facto de, como já assinalei, o r alveolar ter sido o r standard até há relativamente pouco tempo. O mesmo se passava com os cantores ou os actores de teatro – mesmo que falassem com rr guturais, aprendiam a cantar com rr alveolares – o r gutural era “feio”. Também os cantores franceses e alemães, por exemplo, cantavam sempre com rr alveolares, pela mesma razão e só nos anos 30 é que começaram a usar nas canções (excepto na ópera, onde a tradição do r “rolado” se mantém) um r gutural, mas um r gutural diferente do r gutural da sua língua falada, vibrante ele também, como o r do neerlandês da zona da Holanda (Amesterdão, Roterdão). Ainda a propósito dos 2 rr de Sophia de Mello Breyner Andresen, há pessoas, embora poucas, em cujo estranho idiolecto as duas pronúncias do rr coexistem – o meu irmão, por exemplo. Curiosamente, como no caso da poetisa, é quando ele quer “falar bem”, ou seja, em situações mais formais, que usa sistematicamente o r alveolar. O prestígio da antiga "received pronounciation" não morreu: ao contrário do que diz Frederico Lourenço é o r alveolar, para quem está a vontade com ambas as pronúncias, o mais chique.

Eufónico, em termos absolutos, não quer dizer nada. É alguma coisa que se veja num espectrograma? Eufónico é um termo de aprovação: é eufónico o que nos soa bem – e não soa bem a mesma coisa a toda gente.

Conheço textos em que se lamentavam os puristas da época de haver muita gente que já não distinguia na pronúncia, o ç da paço dos ss de passo; e que pronunciava um um x como um ch, que calamidade! Para falar como Gil Vicente ou Camões, é isso que o senhor Frederico Lourenço tem de fazer: distinguir um [s] ápico-alveolar de um [s] predorsodental. Ah, e pronunciar abertas pelo menos (pelo menos!) as vogais pretónicas (no caso de Gil Vicente, provavelmente todas). Se Frederico Lourenço ouvisse falar Gil de Vicente ou Camões, não reconheceria como sendo português a língua que eles falavam – havia de lhe soar “espanhol”.

Felizmente, a língua é um organismo mais resistente do que os disparates dos puristas – estes vão passando, aquela continua. Só que, para se manter de boa saúde, tem de ir mudando. É um organismo vivo!

E acho que é tudo por agora.

Saudações linguísticas!

Vítor Manuel Lucas Santos Lindegaard

Unknown disse...

tu falou que duvida que pessoas com menos de 20 anos pronunciem aquele RR forte tipo RRRRRRATO, CARRRRRRRO, aqui no sul na serra gaucha, todos falam assim...criancas, adolescentes, gurias, todo mundo...é normal falar o RR bem puxado...no modo GAUCHO....

na duvida venha conferir...

Abraços...

Sol disse...

Caro Vítor Manuel Lucas Santos Lindegaard,

Concordo com tudo o que diz.

Abraços do Brasil.

Diego disse...

O "r" vibrado frontal realmente, ao realçar tudo o mais, torna qualquer língua mais autêntica, no que considero um dos belos paradoxos do falar humano. É o rei
- com "r" apical bem vibrado - dos fonemas.

Como brasileiro, lamento que os brasileiros e tantos portugueses o tenham substituído pelos pusilânimes ou rudes erres guturais.

Unknown disse...

No sul do Brasil, especialmente nas áreas fronteiriças do Rio Grande do Sul, o "r" rolado alveolar se mantém por contato hispânico. No restante do país, o "erre" inicial, duplo e em encontros consonantais como em "honra" é pronunciado de forma velar e no Rio de Janeiro por vezes de forma uvular ou aspirada, diferentemente do francês. Este é um fenômeno urbano e mais recente do que a transição ocorrida em solo lusitano. No século XIX já era sabida a pronúncia gutural substituindo a vibrante múltipla em Portugal. No Brasil ainda se nota idosos octagenários de ascendência italiana pronunciando o "r" duplo como vibrante múltipla, mas não o inicial. Há a consciência de que a lusitana Carmen Miranda cantava "rosário de ouro" utilizando a vibrante múltipla e que a canção tradicional portuguesa "Oh rama da oliveira", ou fados como "Casa Portuguesa", "Canção do Mar" e "O Pastor" deveriam ser cantados com o alveolar, mas ouvimos o gutural entre a maioria dos lusitanos. Entre os jovens brasileiros, a vibrante múltipla alveolar é hodiernamente percebida como traço hispanohablante e não lusófono, apesar de existir em decadência tanto no Novo Mundo quanto na Europa. É considerado espanholismo sulista, característica hispânica como o "ch" pronunciado como "t" africado que também já foi característica lusófona. Hoje o "r" alveolar soa tão estrangeiro quanto o "j" e "g" gutural do castelhano em oposição à nossa pronúncia fricativa do "j" e de "ge", "gi" ou a influência basca no castelhano que levou à transformação do "f" em "h" mudo produzindo "hoja" em castelhano e "folha" em português. No dialeto caipira, ainda há a pronúncia retroflexa substituindo a alveolar simples e por vezes onde se esperaria a alveolar múltipla ou a pronúncia velar, mas este goza de menos prestígio apesar de sua extinção pré-anunciada não ter se consumado. O "erre" retroflexo soa de modo muito similar ao do inglês americano, não britânico, mas trata-se apenas de uma coincidência.

Unknown disse...

A maioria dos brasileiros inclusive, fica melindrada e contrariada quando estrangeiros presumem que a vibrante múltipla (alveolar thrill) é utilizada generalizadamente substituindo a vibrante simples (alveolar flap/tap), fonema que existe no inglês americano como duplo "t" e "d" (butter, better, letter, ladder, daddy) enquanto variante da pronúncia britânica, um dialeto não-rótico. Brasileiros se ofendem, assim como quando deduzem que o "ch" não soaria como fricativa palato-alveolar (champagne) e que o "j" assim como as sílabas "ge" e "gi" teriam algo de fricativa velar e não palato-alveolar, até explicando as diferenças entre Jorges lusófonos e hispânicos, ing. George, fr. Georges e it. Giorgio e apontando para a similaridade com o inglês "measure", "treasure", "pleasure", "leisure", "vision" para sanar dúvidas, dirimir confusões. Condenar um "erre", ou ufanar este fonema em detrimento daqueloutro é inútil. É o mesmo que atribuir influência africana e ao mesmo tempo indígena ameríndia/ pré-colombiana ao "ti" e "di" africados brasileiros característicos da metade sul do país (exercidos também na redução pós-tônica e em alguns casos pré-tônica de "te" e "de") quando na verdade trata-se de fonema de irradiação urbana existente também no restante da România em outras línguas neo-latinas/românicas (francês voiture, nature e outras formas africadas no franco-canadense e castelhano americano). Trata-se de deriva natural românica. Como poderia atribuir-se influência externa africana e ameríndia quando a região Nordeste, mais afro-brasileira constrói a pronúncia dental de "t" e "d" sempre (com exceção das variações muitchu, oitchu) e o Rio Grande do Sul igualmente conservador também possuir forte incidência de sangue negro e indígena?
O português brasileiro é uma koiné de falares lusos e uma nativização da deriva (drift). Mais conservador e arcaizante em muitos aspectos fonéticos (como a conservação das vogais abertas em oposição à supressão portuguesa de vogais e o "s" não chiado generalizadamente no território, palatalização do "s" implosivo, inovação lusitana) e alguns aspectos sintáticos (o gerúndio, característica genuinamente latina enquanto que a perífrase com infinitivo é uma peculiaridade lusitana cotejada e a manutenção da próclise seiscentista comparando o lusitano amo-te ao francês je t'aime, italiano ti amo/voglio bene e romeno te iubesc) Características com menos prestígio envoltas em estigma social também são encontradas em menor grau em solo lusitano. Vide Origens do Português Brasileiro de Anthony Julius Naro e Maria Marta Pereira Scherre como O Português Brasileiro, Formação e Contrastes de Volker Noll. Assim como Mário Eduardo Viaro, Marcelo Módolo, Rodolfo Ilari Linguística Românica com Ataliba T. de Castilho, Serafim da Silva Neto, Mary Aizawa Kato, Fernando Tarallo, Celso Cunha, Sílvio Elia, Stephen Parkinson, Mattoso Câmara, Martin Harris, Rosa Virgínia Mattos e Silva, Paul Teyssier, Rebecca Posner et ali. Contraste polêmico entre Fernando Tarallo, Mary Kato, Naro, Scherre e Dante Lucchesi, Alan Baxter, Gregory Guy. Anti-crioulo Cupópia/Cafundó, termo proposto por Peter Fry, Carlos Vogt.

Pedro disse...

O uso do R gutural (de garganta) é recente no português de Portugal, no Brasil não sei… Está a ter grande expansão penso que por influência da Tv e por questão de facilidade de pronúncia para as crianças em relação ao "r" alveolar. Por exemplo, a minha irmã começou a pronunciar o R gutural e todos nós a corrigíamos, era estranho, e isto que somos jovens… Na minha terra o pessoal até aos 25 anos pronuncia o R alveolar, os mais novos já é gutural…
O que está a acontecer com o R, está a acontecer também com o T… está a tornar-se “chique” pronuncia-lo com um som próximo do T inglês, o que me choca é que estas formas, as vezes simplesmente ridículas, se vão tornar norma só porque meia dúzia de pessoas da Tv o começam a usar, porque elas próprias se acham e o acham chique… é uma pena, mas parece que é assim que a questão das normas de pronúncia funcionam em Portugal.

Pedro disse...

O uso do R gutural (de garganta) é recente no português de Portugal, no Brasil não sei… Está a ter grande expansão penso que por influência da Tv e por questão de facilidade de pronúncia para as crianças em relação ao "r" alveolar. Por exemplo, a minha irmã começou a pronunciar o R gutural e todos nós a corrigíamos, era estranho, e isto que somos jovens… Na minha terra o pessoal até aos 25 anos pronuncia o R alveolar, os mais novos já é gutural…
O que está a acontecer com o R, está a acontecer também com o T… está a tornar-se “chique” pronuncia-lo com um som próximo do T inglês, o que me choca é que estas formas, as vezes simplesmente ridículas, se vão tornar norma só porque meia dúzia de pessoas da Tv o começam a usar, porque elas próprias se acham e o acham chique… é uma pena, mas parece que é assim que a questão das normas de pronúncia funcionam em Portugal.

Unknown disse...

No Brasil, a não ser na região Sul do país como já foi exposto, desde que eu tenho consciência de que falo português, nunca ouvi este "r" do modo como foi exposto no texto. Sempre ouvi gutural ou aspirado. Tem um som vibrante fraco (não sei os termos corretos) entre vogais, geralmente. Mas as mudanças acontecem mesmo. É difícil prever e controlar isso. Uma coisa que existe no Brasil que parece ainda não existir em Portugal é o uso do gerúndio indevidamente. Provavelmente isso é influência da língua inglesa disseminada pelos EUA.