Revistas da moda (2)
Ainda que a frase possa ser interpretada como o fez, a minha afirmação permanece intocável: aquela é a regra, frequentemente ignorada em Lisboa, mas não no Sul, por exemplo. O contexto da frase, parece-me, autoriza mais a minha interpretação, pois se «dantes brincávamos com bonecas» e agora «queremos brincar com bonecos», algo aconteceu entretanto. Não acontece, aconteceu: mudámos. Concordo, contudo, que noutros contextos pudesse ser como diz.
Quanto à grafia de «make up», tem toda a razão, como eu a tenho — limitei-me a transcrever o que se pode ler na capa e no miolo da citada revista, provando assim que os jornalistas daquela publicação estropiam qualquer língua em que escrevam.
2 comentários:
Pretendi apenas sublinhar que, ao contrário de certas gralhas "autocorrigíveis", esse erro grave (gravíssimo) pode induzir alterações substanciais no sentido do que se pretende comunicar (que nem sempre será recuperável).
No caso do DN que apontei, por exemplo: pretenderá o jornal deixar claro que erra (erramos sempre), e que os leitores devem ter isso em mente quando o lêem, ou que erraram (errámos ali)?
Em Inglaterra, por exemplo, penso que o The Guardian tem o bom hábito de assinalar as palavras que grafou incorrectamente, e não apenas o género de gaffes que aparecem n'«O Público errou»... O que, no limite, os obriga a dar muito menos erros.
Quanto ao facto de a regra ser frequentemente ignorada em Lisboa, penso que o erro é mais comum vindo (de algumas pessoas) do Norte -- do Porto, por exemplo. Isto porque a diferença fonética é (será?) menos marcada: o a fechado é mais aberto, o a aberto é mais fechado.
É claro que posso estar enganado por um ou dois casos "notáveis" (como seja o JPP, que o faz recorrentemente).
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