Algo de novo
Nunca vi nenhum político a defender a criação de uma Provedoria da Língua Portuguesa e, escusado será dizê-lo, a sua existência não carece de grandes justificações. Deveria ser uma entidade pública constituída por personalidades de reconhecido mérito e independência com competência para fazer recomendações a entidades públicas e privadas sobre o uso da língua portuguesa, dedicando especial atenção a todos os meios de comunicação social e aos manuais de todos os níveis de ensino. Deveria manter relações privilegiadas com outros organismos que se dedicam ao estudo da língua, tendo assim condições para contar também entre as suas competências a fixação da ortografia de centenas de vocábulos que são escritos ao sabor da vontade e do acaso, assim como o estudo de alternativas viáveis para alguns estrangeirismos. Não lhe faltará trabalho nem razões para existir.
Talvez o futuro presidente da República, que será, provavelmente, eleito hoje, tenha sensibilidade e vontade para sugerir ao Governo a criação deste organismo. Afinal, está em causa um património intangível mais maltratado e incompreendido do que as próprias tradições nacionais.
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