Lições da História
Na semana passada, publiquei aqui um texto sobre a «igualdade de género», levada ao ridículo por Ana Sara Brito. Queria hoje acrescentar que, curiosamente, a primeira mulher a votar em Portugal, a 28 de Maio de 1911, a médica ginecologista Carolina Beatriz Ângelo, sufragista e fundadora da Associação de Propaganda Feminina, perante o que a lei eleitoral da época consagrava sobre os eleitores (tinham direito de sufrágio «os cidadãos portugueses com mais de 21 anos que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família»), argumentou que o plural masculino da expressão «cidadãos portugueses» inclui homens e mulheres e invocou a sua situação de viúva e mãe, e por isso chefe de família, conseguindo assim que um tribunal a autorizasse a votar. Ora, o que Ana Sara Brito agora faz é precisamente o contrário: ao arrepio da gramática e da tradição, diz enfaticamente «as ouvintes e os ouvintes», «aquelas e aqueles», «as jornalistas e os jornalistas», «as cidadãs e os cidadãos», «as portuguesas e os portugueses», e por aí fora. Haja paciência.
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