17.2.06

Nomenclatura dos seres/dengue

Dois erros na Visão     


      Num texto muito interessante numa das últimas edições da Visão (2.2.2006), podiam ler-se as seguintes frases (p. 67): «A organização Mundial de Saúde já deixou o aviso: O Aedes Aegypti poderá invadir o Sul da Europa entre 2010 e 2015. O temido imigrante de nome estranho é tão-só o mosquito que transporta o vírus do dengue.» Mais à frente: «Na Europa, outro insecto que também transporta o dengue (o Aedes Albopictus) vive em Itália há alguns anos.» Não há dúvida: a repetição dos erros faz-me entrar na convicção de que os autores do texto não o fizeram involuntariamente: temos contraprova. Comecemos pelos mosquitos. Na nomenclatura e classificação dos seres, a designação binominal científica é, de facto, em latim, e nisso não erraram, e os leitores só não agradecem porque pagaram 2,75 euros. Só a primeira palavra, porém, se grafa em caixa alta, grafando-se a segunda em caixa baixa. Estas regras foram estabelecidas no I Congresso Internacional de Nomenclatura Científica, em 1898, e revistas em 1927, em Budapeste, Hungria.
      Quanto a «dengue», tanto quanto sei e vejo nos dicionários que voltei a consultar de propósito para redigir este texto, é inequivocamente do género feminino: a dengue.

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