Vamos olear a máquina
Comparando com a actualidade, a frequência com que nos anos 80 e 90 se usava, em Portugal, a palavra inglesa pipeline era muito maior. Contudo, ainda há quem a use, desnecessariamente, como Nicolau Santos: «Não deu grande importância a uma breve sobre o ataque dum tal de Movimento da Libertação para o Delta do Níger a um “pipeline” da Shell. […] Por isso, no dia 12 de Janeiro, não deu conta de uma nova acção do Movimento da Libertação para o Delta do Níger, desta vez contra um petroleiro e um “pipeline”» (Expresso, «Conspiração contra o sr. Silva», 6.5.2006, p. 12).
E já que falo de petróleo, é interessante ver como em espanhol o vocábulo «aceite» serve para tudo, mesmo para os óleos minerais, derivados do petróleo. Isto traz, como era de prever, dificuldades aos nossos tradutores menos experientes, que não raro tomam uma coisa por outra. A língua portuguesa, pelo contrário, reservou o vocábulo «azeite» unicamente para o óleo extraído da azeitona. «Óleo», vocábulo que nos veio do latino oleum, tomado do grego elaion, com o mesmo significado, serve para o resto. Em espanhol, por sua vez, «óleo» é palavra de escasso uso no sentido de óleo alimentar, estando o seu uso praticamente restringido à expressão «santos óleos» e para designar a pintura.
Apesar de tudo isto, também no espanhol se formou a palavra «oleoducto» e não outra que tivesse tomado por base a palavra «aceite», provavelmente por razões de eufonia. A sua formação, já se vê, é o latim oleum mais ducto, particípio passivo do verbo ducere (conduzir), como acontece, por exemplo, com a palavra aquaeductus (aqueduto).
Comparando com a actualidade, a frequência com que nos anos 80 e 90 se usava, em Portugal, a palavra inglesa pipeline era muito maior. Contudo, ainda há quem a use, desnecessariamente, como Nicolau Santos: «Não deu grande importância a uma breve sobre o ataque dum tal de Movimento da Libertação para o Delta do Níger a um “pipeline” da Shell. […] Por isso, no dia 12 de Janeiro, não deu conta de uma nova acção do Movimento da Libertação para o Delta do Níger, desta vez contra um petroleiro e um “pipeline”» (Expresso, «Conspiração contra o sr. Silva», 6.5.2006, p. 12).
E já que falo de petróleo, é interessante ver como em espanhol o vocábulo «aceite» serve para tudo, mesmo para os óleos minerais, derivados do petróleo. Isto traz, como era de prever, dificuldades aos nossos tradutores menos experientes, que não raro tomam uma coisa por outra. A língua portuguesa, pelo contrário, reservou o vocábulo «azeite» unicamente para o óleo extraído da azeitona. «Óleo», vocábulo que nos veio do latino oleum, tomado do grego elaion, com o mesmo significado, serve para o resto. Em espanhol, por sua vez, «óleo» é palavra de escasso uso no sentido de óleo alimentar, estando o seu uso praticamente restringido à expressão «santos óleos» e para designar a pintura.
Apesar de tudo isto, também no espanhol se formou a palavra «oleoducto» e não outra que tivesse tomado por base a palavra «aceite», provavelmente por razões de eufonia. A sua formação, já se vê, é o latim oleum mais ducto, particípio passivo do verbo ducere (conduzir), como acontece, por exemplo, com a palavra aquaeductus (aqueduto).
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