4.6.06

Plebeísmos

Peregrinatio ad loca infecta

Nunca aqui abordei a questão dos plebeísmos na linguagem (sim, porque há plebeísmos no comportamento, que para aqui não interessam): frases ou palavras que só usa a plebe*. Parece ser uma coisa má — e é mesmo. Sinónimos de plebe: gentalha, populacho, arraia-miúda, ralé… O que se pretende dizer é que não se espera que alguém, em determinadas circunstâncias, diga ou escreva certas palavras, os plebeísmos. Pois anteontem mesmo Pedro Mexia usou, numa recensão a livros de crítica literária de Jorge de Sena, reeditados recentemente, o termo «plebeísmo». Leiamo-lo:
«E comparecem também os habituais excessos de plebeísmo: termos como “pessegada” ou “esterco” não são exactamente exemplos de subtileza crítica», «Contra a imortalidade», Pedro Mexia, DN/6.ª, 2.06.2006, p. 29.


* A definição do Dicionário Houaiss parece-me a mais completa: «vocábulo, locução ou expressão típicos do dialecto das classes populares ou dos registos distensos da fala culta, e tidos freq. pela comunidade falante como grosseiros, vulgares ou triviais, mas que não chegam a ser tabuizados [São plebeísmos, em Portugal, p.ex., avacalhar, porra, e no Brasil, de saco cheio, bunda-suja]».

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