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Vê lá, rapaz
Nada, julgo, mais simples: os agricultores romanos recomendavam aos novatos: Aperi oculos! Abre os olhos, olha que quando ceifas encontrarás umas plantas daninhas que não deves juntar às espigas. E assim nasceu o nome «abrolho», contracção de aperi oculos, através de abreolhos. O espanhol também tem o vocábulo abrojo.
Os abrolhos estão muito presentes na Bíblia: «Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto; não se colhem figos dos espinhos, nem uvas dos abrolhos. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o que é bom; e o mau, do mau tesouro tira o que é mau; pois a boca fala da abundância do coração.» (Lucas, 6, 43-45)
A Vulgata diz: «Non est enim arbor bona quae facit fructus malos neque arbor mala faciens fructum bonum. Unaquaeque enim arbor de fructu suo cognoscitur neque enim de spinis colligunt ficus neque de rubo vindemiant uvam. Bonus homo de bono thesauro cordis sui profert bonum et malus homo de malo profert malum ex abundantia enim cordis os loquitur.»
A King James Version diz: «For there is no good tree that bringeth forth evil fruit: nor an evil tree that bringeth forth good fruit. For every tree is known by its fruit. For men do not gather figs from thorns: nor from a bramble bush do they gather the grape. A good man out of the good treasure of his heart bringeth forth that which is good: and an evil man out of the evil treasure bringeth forth that which is evil. For out of the abundance of the heart the mouth speaketh.»
Suspeita minha: aquele rubo da Vulgata, e não quero ser desmancha-prazeres, não podem ser os nossos abrolhos. Será, mais facilmente acredito, o bramble bush inglês. Este é, pelo menos, da mesma família do rubo. Compreendo, porém, a opção dos tradutores portugueses.
Vê lá, rapaz
Nada, julgo, mais simples: os agricultores romanos recomendavam aos novatos: Aperi oculos! Abre os olhos, olha que quando ceifas encontrarás umas plantas daninhas que não deves juntar às espigas. E assim nasceu o nome «abrolho», contracção de aperi oculos, através de abreolhos. O espanhol também tem o vocábulo abrojo.
Os abrolhos estão muito presentes na Bíblia: «Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto; não se colhem figos dos espinhos, nem uvas dos abrolhos. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o que é bom; e o mau, do mau tesouro tira o que é mau; pois a boca fala da abundância do coração.» (Lucas, 6, 43-45)
A Vulgata diz: «Non est enim arbor bona quae facit fructus malos neque arbor mala faciens fructum bonum. Unaquaeque enim arbor de fructu suo cognoscitur neque enim de spinis colligunt ficus neque de rubo vindemiant uvam. Bonus homo de bono thesauro cordis sui profert bonum et malus homo de malo profert malum ex abundantia enim cordis os loquitur.»
A King James Version diz: «For there is no good tree that bringeth forth evil fruit: nor an evil tree that bringeth forth good fruit. For every tree is known by its fruit. For men do not gather figs from thorns: nor from a bramble bush do they gather the grape. A good man out of the good treasure of his heart bringeth forth that which is good: and an evil man out of the evil treasure bringeth forth that which is evil. For out of the abundance of the heart the mouth speaketh.»
Suspeita minha: aquele rubo da Vulgata, e não quero ser desmancha-prazeres, não podem ser os nossos abrolhos. Será, mais facilmente acredito, o bramble bush inglês. Este é, pelo menos, da mesma família do rubo. Compreendo, porém, a opção dos tradutores portugueses.
5 comentários:
Helder Guégués,
existe um significado para a palavra 'abrolho', aqui no Brasil, que está relacionado a um trabalho manual (artesanal) que se faz usando fios e dando pequenos nós.
Como é uma arte que parece estar se perdendo com o tempo, quando descobri, tive curiosidade em saber sua relação com este nome.
Se acaso tu souberes mais alguma coisa a respeito, por favor me envie um e-mail.
Obrigada,
Patrícia Maia - RJ - Brasil -
Obtive o seguinte esclarecimento de Paulo Bagdonas da Iandé — Casa das Culturas Indígenas:
«As mulheres da cidade de Coronel Xavier Chaves, Minas Gerais, dizem que este nome é por causa da origem desta técnica, que teria vindo da esposa de um faroleiro da região de Abrolhos, na Bahia, que inventou a renda copiando nós de marinheiros que seu marido sabia fazer.
Independente do grau de incorreção e fantasia que há nesta história, o nome deve estar relacionado a "abrolhos" significando "recifes" mesmo, pois há fundamento nesta relação de nós de marinheiro e esta renda, pois o trabalho é realizado dando-se nós repetidos nos fios desfiados de um tecido.
A origem desta técnica é desconhecida, provavelmente inventada para impedir que os fios dos tecidos se desfiassem. Os registros mais antigos estão em gravuras assírias que datam de 2000 a. C.
Não acredito que exista alguma relação com a planta. É provável que o termo "abrolho" significando "recifes", derivou-se para "dificuldade / obstáculo" e foi usado para batizar a planta por causa de seus espinhos.»
Na verdade a primeira vez que ouvi e li essa palavra foi também numa tradução da Bíblia,
pd João Ferreira de Almeida. Quando Adão foi expulso do paraíso teria que arar a Terra, cheia de espinhos e abrolhos, que eu não
sei o que é.
Agora sabe. Bem, agora nós sabemos. ;)
A renda "abrolhos" é tb chamada de "macramê" que pelo nome deve ter vindo através da França.
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