16.8.06

Concordância

Concordem lá

Já percebi que os meus leitores não têm em grande conta os textos em que abordo a questão da concordância, qualquer que ela seja. Pois fazem mal: é a regra, ou conjunto de regras, que sofre mais transgressões. Há, bem entendido, e um dia escreverei aqui sobre a questão, vários tipos de concordância. Vamos ao exemplo de hoje. «Para tal, a estufa, no final do jardim que tem caminhos delimitados com pedras, vai ter um laboratório acessível aos olhos do público através de um grande vidro que deixa ver a enorme diversidade de lagartas que existem, nomeadamente as que dão origem às borboletas nocturnas» («Primeira estufa de borboletas nasce no jardim Botânico», Isaltina Padrão, Diário de Notícias, 14.08.2006, p. 19). Já sei, não contraponham: a jornalista, ao escrever a forma verbal, pensou em «lagartas» e não em «diversidade», o verdadeiro sujeito. Este erro é também muito comum em frases em que se usa o substantivo «tipo». As sociedades onde acontecem este tipo de fenómenos têm problemas de identidade. Ora, num caso como no outro, o verbo — regra canónica em português — deve concordar com o sujeito expresso («diversidade de lagartas» e «tipo de fenómenos»), que está no singular.

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