12.8.06

Crise humanitária?

Nem pensar

      Nem o Diário de Notícias escapa a este disparate: «Crise humanitária agrava-se no Líbano» (Susana Salvador, 11.08.2006, p. 15). Consultem num dicionário a entrada respectiva: «humanitário adj.s.m. (1858) 1 que ou aquele que se dedica a promover o bem-estar do homem e o avanço das reformas sociais; filantropo. ETIM fr. humanitaire (1835) ‘que diz respeito à humanidade, que vem em auxílio às necessidades dos homens’» (Dicionário Houaiss). É óbvio que o vocábulo apenas se pode utilizar em expressões que qualifiquem acções benéficas, positivas: ajuda humanitária, corredor humanitário, intervenção humanitária, missão humanitária das ONG, trabalhador humanitário, etc. De contrário, a semântica de cada um dos termos é de sinal oposto. Assim, pode soar mal (para ouvidos habituados ao erro), mas o correcto é «crise humana agrava-se no Líbano» ou tão-somente «crise agrava-se no Líbano».


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