Ora tente explicar melhor
«Ao fim de 11 dias após José Miguel Júdice ter dito que o relator dos seus processos disciplinares, o advogado Alberto Jorge Silva, não tinha “condições éticas, jurídicas e psicológicas para julgar nem uma manada, quanto mais advogados”, o bastonário, Rogério Alves, ainda não compreendeu “o que a expressão quer dizer”, sublinhando que a mesma foi proferida num “contexto emotivo e bastante duro”» («Bastonário ainda não sabe o que quer dizer “manada”», Carlos Rodrigues Lima, Diário de Notícias, 2.08.2006, p. 18).
Senhor jornalista: «ao fim de 11 dias após» parece-me pleonástico. Ora experimente: «Ao fim de 11 dias de José Miguel Júdice […]. Ou: «Onze dias após José Miguel Júdice […].» Senhor bastonário: manada* é um agrupamento de gado graúdo, como búfalos, elefantes, cavalos, bois, rinocerontes, etc. Por outro lado, ter sido proferida num “contexto emotivo e bastante duro” explica que a não tenha compreendido? Ou dizê-lo não revelará, afinal, incoerentemente, que compreendeu perfeitamente o que significa? Não vejo lógica na afirmação. Recordo as palavras de Camilo a propósito de um poeta: «No auge da aflição, erra os versos.»
Finalmente, a mesma notícia no Público não saiu mais escorreita, e já todos ansiamos pela anunciada remodelação gráfica e editorial: «[…] Rogério Alves afirmou tratarem-se de declarações “feitas a quente, sob forte pressão emocional”» («Ordem dos Advogados não quer mais polémica», Renato Teixeira, Público, 2.08.2006, p. 11). O verbo tratar-se, pronominal, já aqui o escrevi mais do que uma vez, é um verbo defectivo e impessoal. Conjuga-se sempre, e apenas, na 3.ª pessoa do singular.
* Parece que em toda a Internet não há um glossário de nomes colectivos completo. Já estou a tratar disso.
«Ao fim de 11 dias após José Miguel Júdice ter dito que o relator dos seus processos disciplinares, o advogado Alberto Jorge Silva, não tinha “condições éticas, jurídicas e psicológicas para julgar nem uma manada, quanto mais advogados”, o bastonário, Rogério Alves, ainda não compreendeu “o que a expressão quer dizer”, sublinhando que a mesma foi proferida num “contexto emotivo e bastante duro”» («Bastonário ainda não sabe o que quer dizer “manada”», Carlos Rodrigues Lima, Diário de Notícias, 2.08.2006, p. 18).
Senhor jornalista: «ao fim de 11 dias após» parece-me pleonástico. Ora experimente: «Ao fim de 11 dias de José Miguel Júdice […]. Ou: «Onze dias após José Miguel Júdice […].» Senhor bastonário: manada* é um agrupamento de gado graúdo, como búfalos, elefantes, cavalos, bois, rinocerontes, etc. Por outro lado, ter sido proferida num “contexto emotivo e bastante duro” explica que a não tenha compreendido? Ou dizê-lo não revelará, afinal, incoerentemente, que compreendeu perfeitamente o que significa? Não vejo lógica na afirmação. Recordo as palavras de Camilo a propósito de um poeta: «No auge da aflição, erra os versos.»
Finalmente, a mesma notícia no Público não saiu mais escorreita, e já todos ansiamos pela anunciada remodelação gráfica e editorial: «[…] Rogério Alves afirmou tratarem-se de declarações “feitas a quente, sob forte pressão emocional”» («Ordem dos Advogados não quer mais polémica», Renato Teixeira, Público, 2.08.2006, p. 11). O verbo tratar-se, pronominal, já aqui o escrevi mais do que uma vez, é um verbo defectivo e impessoal. Conjuga-se sempre, e apenas, na 3.ª pessoa do singular.
* Parece que em toda a Internet não há um glossário de nomes colectivos completo. Já estou a tratar disso.
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