26.9.06

Género de sentinela


Alerta!


      Desta vez não se trata das legendas de qualquer filme, matéria inesgotável, mas tão-somente do título. Não tinha, quem o traduziu, pensar-se-ia, muito por onde errar. E, no entanto, errou. O vocábulo «sentinela» não é um nome comum de dois, como, por exemplo, artista (o artista/a artista; o jornalista/a jornalista; o jurista/a jurista; o turista/a turista…), mas sim sobrecomum, como a criança, o cônjuge, o indivíduo, a testemunha, etc. Logo, correctamente seria «A Sentinela», pois é do género feminino. Se, por algum preconceito inominável, o responsável pela tradução queria um sinónimo do género masculino, tinha esculca. É um erro muito comum, em especial nas traduções.

2 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Helder, tem vosselência razão, mas para falar com propriedade e exactidão: os tradutores não são, salvo raríssimas excepções, os responsáveis pelos títulos.
Deu-se até um caso, conhecido, embora já antigo, de um filme ter sido registado e traduzido da seguinte forma:
Das Indische Grabmal (O Túmulo do Índio), de Fritz Lang (1959).
E por aí continua a circular.
Um abraço,
Carlos Sousa de Almeida

Helder Guégués disse...

Não será determinante a opinião do tradutor, convenho. Mas ambos sabemos que o editor é sensível a argumentos de correcção linguística, que é o que está em causa. Quanto aos títulos disparatados, alguns a merecer figurar numa antologia, isso é outra, e muito mais divertida, história.
Um abraço.