12.9.06

Partenon

Em que ficamos?



      «O museu de Heraklion, capital da ilha grega de Creta, vai emprestar as suas antiguidades minóicas, da Idade do Bronze, ao Museu Britânico, em Londres. Esta colaboração para uma exposição que durará até 2009 deverá reabrir o diálogo entre a Grécia e o Reino Unido para a restituição pelo British Museum do friso oriental do Parténon» («Grécia empresta peças ao Museu Britânico», Público, 11.09.2006, p. 26). Pode confundir esta hesitação: Museu Britânico/British Museum. Tenho recomendado, a quem me pergunta, a primeira forma, por ter sólida tradição entre nós. Claro que no excerto do Público é muito mais do que isso que está em causa: a falta de uniformidade não abona a favor de nenhum texto. Já quanto ao «Parténon» (do grego Παρθενών), prefiro escrever sem acento agudo, pois que se trata de uma palavra aguda ou oxítona terminada em n: Partenon. Em português, as palavras terminadas em n só são acentuadas graficamente se forem graves ou paroxítonas: íman, líquen… Claro que não ignoro que autoridades como Maria Helena da Rocha Pereira escrevem «Pártenon», mas a esse esteio não se pode apoiar o Público. «Ao mesmo tempo, solucionou-se uma incipiente crise económica, provocada pela baixa na procura de homens para o serviço naval, empregando-os nestes longos trabalhos (só o Pártenon levou quinze anos a construir» (Estudos de História da Cultura Clássica, Maria Helena da Rocha Pereira, Fundação Calouste Gulbenkian, 7.ª edição, 1993, p. 386). É também por esta última forma que o Diário de Notícias opta: «Um fragmento dos frisos do Pártenon, espalhados por vários museus do mundo e cuja devolução a Grécia há muito reclama, foi ontem recolocado nas ruínas daquele templo» («Friso do Pártenon regressa à Acrópole de Atenas», 6.09.2006, p. 39).

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